Os membros do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Amadora/Sintra apresentaram a demissão à ministra da Saúde e ao diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na tarde desta quinta-feira.
"O Conselho de Administração sempre seguiu o caminho da legalidade, ética e justiça, nunca considerando qualquer outro e reitera que a sua prioridade sempre foi garantir o interesse dos utentes, a confiança na instituição e a qualidade dos serviços prestados", pode ler-se no comunicado enviado às redações.
A administração, agora demissionária, refere que a "decisão permitirá à tutela implementar as medidas e políticas que considere necessárias, não sendo este Conselho de Administração um obstáculo".
Enaltece ainda a colaboração das Câmaras Municipais de Sintra e da Amadora e entidades parceiras e deixa "uma palavra especial de reconhecimento e agradecimento aos profissionais da ULS Amadora/Sintra, pelo extraordinário trabalho desenvolvido diariamente".
Recorde-se que, ainda durante o dia de ontem, o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra esteve reunido com a ministra da Saúde e à saída garantia que se mantinham "em funções" e defendeu que "o SNS é uma grande rede de prestação de cuidados".
A reunião, que já tinha sido pedida pelo administrador hospitalar, aconteceu dois dias depois de o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, ter pedido intervenção direta da ministra, por considerar que o hospital está a trabalhar "muito abaixo dos limites" de segurança clínica.
Luís Gouveia reconheceu na quarta-feira os constrangimentos que existem no serviço de Cirurgia Geral devido ao "número limitado de cirurgiões", após a saída em 31 de outubro de 10 especialistas do serviço.
Já na segunda-feira, o diretor do serviço de urgência do Hospital Amadora-Sintra, Hugo Martins, tinha apresentado a demissão.
Na manhã seguinte, médicos internos do Hospital Fernando Fonseca manifestavam "profunda preocupação" com o funcionamento do serviço de cirurgia geral, numa carta em que denunciavam o "clima de insegurança profissional" a que estão sujeitos.
[Notícia atualizada às 15h49]
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