Em declarações aos jornalistas, em Praga, no fim da sua visita oficial à República Checa, Marcelo Rebelo de Sousa recordou o 49.º imã hereditário dos muçulmanos xiitas ismaelitas, fundador e presidente da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento (AKDN), que morreu na terça-feira em Lisboa, aos 88 anos.
O chefe de Estado, que na terça-feira à noite fez publicar uma mensagem de pesar pela morte do príncipe Aga Khan, lamentou uma vez mais a sua morte, recordando-o como "uma figura excecional" e "um grande líder espiritual" de uma comunidade com "milhões e milhões e milhões de seguidores" pelo mundo e "milhares em Portugal".
"Será objeto de uma evocação ou homenagem daqui a dois dias, em que estarei, como estarão, penso eu, líderes religiosos, políticos, sociais, de um pouco de todo o mundo", anunciou o Presidente da República.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o príncipe Karim Al-Hussaini foi um "líder espiritual pacificador de entendimento entre todas as religiões" e "muito respeitado".
"Além do mais, era um bom amigo de muitos portugueses, de um antigo primeiro-ministro português, grande amigo, Francisco Pinto Balsemão. Mas também eu tive a honra de beneficiar da sua amizade e é com muito desgosto que o vejo desaparecer", acrescentou.
O Presidente da República destacou a opção de estabelecer em Portugal a sede mundial do Imamat Ismaili e as "muitas obras sociais" que o príncipe Aga Khan apoiou, incluindo "o primeiro robô para intervenção cirúrgica, oferecido pela comunidade que liderava".
Sobre o seu filho Rahim, de 53 anos, designado príncipe Rahim Aga Khan V, Marcelo Rebelo de Sousa declarou: "Conheço muito bem o sucessor, viajámos juntos, nomeadamente, em várias iniciativas da comunidade ismaelita. Será um grande sucessor".
"Tenho a certeza, mais jovem, muito dinâmico, muito aberto ao mundo, que será um grande líder", considerou, referindo que "será entronizado na próxima terça-feira numa cerimónia, essa sim, essencialmente religiosa".
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