Embaixadora da Ucrânia em Portugal recusa "pré-condições" da Rússia

A embaixadora da Ucrânia em Portugal garantiu hoje que não há nenhuma proposta concreta dos Estados Unidos para negociar a paz entre Kyiv e Moscovo, mas sublinhou que as pré-condições apresentadas pela Rússia são inaceitáveis.

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Lusa
12/02/2025 12:04 ‧ há 2 horas por Lusa

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Guerra na Ucrânia

A Ucrânia "rejeita em absoluto as condições impostas pelo Presidente russo para um cessar-fogo", nomeadamente a retirada de Kiev de quatro regiões ocupadas por Moscovo, disse Maryna Mykhailenko no parlamento português, onde foi ouvida pelas comissões parlamentares da Defesa e dos Assuntos Europeus.

 

"Não há nenhuma proposta oficial dos Estados Unidos [para negociar um cessar-fogo], só sabemos as coisas que lemos na imprensa", afirmou Maryna Mykhailenko, acrescentando que, por isso, "é cedo para discutir propostas".

Lembrando que, para a Ucrânia, o objetivo é que haja "uma paz duradoura", a embaixadora admitiu que os representantes do país estão prontos para discutir "qualquer proposta".

No entanto, "as negociações têm de respeitar os princípios da carta das Nações Unidas e a soberania e integridade do território", sublinhou.

"Não vemos que a Rússia esteja preparada para iniciar negociações", disse, reiterando que as suas "pré-condições para se sentar à mesa são inaceitáveis".

O Presidente russo, Vladimir Putin, assegurou que ordenaria imediatamente um cessar-fogo na Ucrânia se Kiev se retirasse de quatro regiões ocupadas ou anexadas unilateralmente -- Kherson, Zaporijia, Donetsk e Luhansk - por Moscovo e renunciasse aos planos de adesão à NATO.

"Espero que depois das reuniões que estão agendadas com os representantes da União Europeia e do meu presidente possam a aparecer propostas concretas", acrescentou, referindo que as pré-condições da Ucrânia são muito claras.

"Temos de ter garantias de uma paz duradoura e de segurança. E é muito importante que haja sanções [para os responsáveis pela guerra] e que seja combatida a desinformação", afirmou, reiterando as exigências de Kiev para a integração do país na União Europeia (UE) e na NATO.

"A integração na UE e na NATO é a melhor solução. Percebemos que durante a guerra não nos podemos tornar membros, mas é muito importante receber os convites", referiu a embaixadora ucraniana.

Maryna Mykhailenko defendeu ainda estar convencida que a segurança da Europa não estará nunca completa até que Ucrânia entre na UE e na NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

"A Rússia quer destruir completamente a Ucrânia, acha que é uma ameaça ao seu regime, porque é democrática. Putin quis fazer uma reunião com Hungria, a Roménia e a Polónia para discutir uma divisão em três da Ucrânia", lembrou.

A diplomata fez ainda questão de agradecer a Portugal por ser "um dos mais fortes apoiantes da Ucrânia, apensar da distância" que separa os dois países, lembrando que Portugal tem contrinuído militar e finaceiramente.

Além disso "apoia fortemente a nossa integração [nas instituições euro-atlânticas], e sentimos sempre o vosso apoio na cena internacional", disse, agradecendo também o acolhimento de muitos ucranianos em fuga da guerra.

A Rússia lançou, a 24 de fevereiro de 2022, uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, justificando com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

Desde o início da guerra, a Rússia declarou a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, de onde Kiev exige a retirada imediata, assim como da Península da Crimeia, anexada em 2014.

[Notícia atualizada às 13h01]

Leia Também: Rússia rejeita 'proposta' de Zelensky em trocar territórios: "Impossível"

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