O ministro Adjunto e da Coesão Territorial de Portugal, Manuel Castro Almeida considerou, esta quarta-feira que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, já prestou todos os esclarecimentos possíveis e disse que, se houver eleições antecipadas, a culpa será do Partido Socialista (PS).
"Acho incrível que se diga que há coisas por esclarecer [...]. Assisti à sessão no Parlamento e não vi uma pergunta que tenha ficado por esclarecer", disse, em entrevista à CNN Portugal.
O governante referiu ainda que houve queixas de que o chefe de Governo não estava a prestar os devidos esclarecimentos, mas que depois não viu o que "ficou por esclarecer".
O ministro apontou também que Luís Montenegro explicou na semana passada quem eram os clientes [da empresa familiar], que trabalhos é que a empresa prestava e quem eram os funcionários - questões que referiu terem sido colocadas pelo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
"Tudo isso ficou esclarecido. Não há nenhuma empresa tão escrutinada neste país como a empresa que foi do primeiro-ministro", asseverou.
Castro Almeida apontou o dedo ao PS, acusando o partido de "alimentar esta degradação da situação político" e a "adensar este clima de suspeição permanente sobre o primeiro-ministro e o Governo". E Castro Almeida 'seguiu' a linha do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, quando desafiou o PS a abster-se na moção de confiança, não havendo assim eleições. "Só há eleições se o Partido Socialista quiser", sublinhou.
Note-se que o Governo confirmou esta quarta-feira que iria apresentar uma moção de confiança, e que, ao final da tarde, o Presidente da República falou. Marcelo Rebelo de Sousa admitiu, depois desta crise que se instalou com o chefe de Governo 'na mira', devido à sua ligação com a empresa Spinumviva, que poderia haver eleições Legislativas antecipadas.
Em declarações aos jornalistas, o Presidente disse que iria aguardar pelo resultado da moção de confiança - e que qualquer que fosse o cenário daí decorrente iria agir o mais rapidamente possível, apontando que a primeira data possível, na eventualidade de haver eleições, será "em maio".
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