Espera "mais de 10 horas" na urgência após AVC. Fez queixa na GNR

Um homem de 45 anos apresentou hoje uma queixa na GNR contra um médico da Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro por uma alegada negligência médica e demora no diagnóstico de um AVC, em outubro.

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Lusa
10/03/2025 20:01 ‧ há 4 horas por Lusa

País

Vila Real

Nuno Gomes disse à agência Lusa que foi hoje formalizar a queixa no posto da GNR de Moimenta da Beira, distrito de Viseu, a qual será, depois, reencaminhada para o Ministério Público (MP) de Vila Real.

 

O homem, que a 14 de outubro sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), disse ter estado "mais de 10 horas" à espera na urgência do Hospital de Vila Real até ser assistido.

Entretanto, contou que já apresentou uma queixa na ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde o hospital de Vila Real está inserido, e que formalizou hoje a queixa contra o médico que o atendeu, a quem acusa de uma alegada negligência médica.

Contactada pela Lusa, a ULS garantiu que "foram cumpridas as boas práticas médicas no atendimento e na prestação de cuidados de saúde ao utente", confirmou ter recebido a reclamação, à qual disse que será dado o devido seguidamente e que, depois, será dada resposta ao doente.

Após o AVC, do qual disse ter ficado com "sequelas graves e visíveis no corpo", Nuno Gomes esteve internado 11 dias, esteve depois numa unidade de cuidados continuados, teve fisioterapia e terapia da fala.

No entanto, o doente considerou que, na urgência hospitalar, não foi "acompanhado como devia ser", nem foi "atendido como devia ser" e que deveria ter sido logo encaminhado para a Via Verde do AVC.

"Tive um AVC e o médico que me assistiu nunca associou que fosse um AVC, mas que eu estava sob o efeito de substâncias ilícitas. Isso foi dito à minha esposa que me estava acompanhar e, por isso, decidimos fazer uma queixa contra o médico", referiu.

Nuno Gomes contou que foi assistido depois da chegada de um outro médico e questionou se as sequelas não seriam menores se tivesse sido assistido mais depressa.

Devido precisamente a estas sequelas do AVC, o doente que trabalhava numa oficina de lavagem de automóveis ainda não pode regressar ao trabalho.

O caso foi noticiado hoje pelo jornal Correio da Manhã e, apesar de a situação já ter acontecido em outubro, Nuno Gomes disse que resolveu denunciar agora esta alegada negligência para que não se voltem a repetir casos idênticos a este, mostrando-se ainda revoltado por ter tido alta, na semana passada, das sessões de fisioterapia.

"Para me darem alta é porque consideram que eu nunca mais na vida vou ficar a 100% e eu acho que tinham que se esforçar para deixar uma pessoa em condições. O que é que eu faço mais da minha vida?", questionou, lembrando que tinha 44 anos quando o caso aconteceu.

Leia Também: Pedro Nuno pede que Marcelo fale sobre "caso grave" do INEM

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