As autoridades realizaram, esta terça-feira, 18 de março, uma operação policial, num antigo colégio de Massamá, concelho de Sintra, depois de terem recebido várias denúncias a dar conta que este estava a ser utilizado como habitação ilegal.
Quando lá chegaram, por volta das 8 horas da manhã, os elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP), da Polícia Municipal, da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e de Saúde Pública encontraram vários adultos, idosos e crianças em 29 dos 49 quartos do imóvel.
Num balaço feito após a ação, o Chefe Coordenador da PSP, Pedro Magrinho, revelou aos jornalistas que foram identificados no local 38 adultos e 13 crianças.
Mas as autoridades sabem que há mais pessoas ali a viver, uma vez que muitos dos quartos pertencem a "agregados familiares". Segundo Pedro Magrinho, entre elas estão outras 14 crianças, que já não estavam no local, porque estavam "no período de escola".
Confirmou ainda o responsável que, entre as famílias que vivem no prédio, estão crianças que vieram para Portugal para serem "acompanhadas por razões médicas".
O Notícias ao Minuto sabe que, ao todo, viviam no espaço cerca de 100 pessoas.
Rendas entre os 250 e os 500 euros
Durante a mesma intervenção, Pedro Magrinho explicou que o externato "não tem proprietário", uma vez que está insolvente. Há sim um "explorador, alguém que de certa forma faz a organização do espaço e recebe as rendas", que, segundo a SIC Notícias, variavam entre os 250 e os 500 euros.
Apesar da situação, o 'inquilino' esteve no local, "disponibilizou-se, acompanhou a ação de fiscalização, mostrou o que tinha de mostrar e colaborou [com as autoridades] pacificamente".
Questionado sobre a possibilidade deste vir a ter "consequências", o chefe da PSP realçou que isso só posteriormente será determinado.
"Há um conjunto de irregularidades, que vão ser por nós reportadas, depois alguém, com a respetiva competência, irá apurar as responsabilidades", explicou.
Para já as pessoas que viviam - na sua maioria imigrantes em situação legal no nosso país - mantêm-se todas no espaço. Não há informações sobre se serão realojadas ou se têm de abandonar o local.
"Com mais ou menos condições, as pessoas aqui têm uma habitação", salientou Pedro Magrinho, acrescentando que a situação está agora a ser acompanhada peços serviços de ação social da autarquia e pelas autoridades de saúde pública.
O local em questão é o Externato Novos Rumos, um antigo estabelecimento de ensino privado abandonado há mais de uma década e utilizado, há vários meses, segundo vários meios de comunicação social, como habitação ilegal.
Leia Também: Autoridades fiscalizam antiga escola em Massamá. Cem vivem lá ilegalmente