"Estamos desde a madrugada sem água em parte do concelho e se os problemas elétricos não forem resolvidos poderemos vir a ficar em todo o concelho", afirmou José Alberto Quintino à agência Lusa.
Num comunicado à população, o município do distrito de Lisboa informou que "o corte de energia impede a bombagem de água para o Reservatório do Montijo, razão pela qual se têm vindo a registar cortes no abastecimento de água em várias localidades do concelho, nomeadamente Calçada, Chãos, Fetais, Freiria, Martim Afonso, Pedrógãos, Pobrais, Tojais, Via Galega e Zona Industrial - Casal da Espinheira".
No concelho, entre outros estragos, registaram-se danos provocados pela depressão Martinho no pavilhão municipal, a carecer de uma "intervenção urgente", e em quatro viaturas.
Em Arruda dos Vinhos, no mesmo distrito, a falta de eletricidade está a criar problemas num reservatório de água e as localidades de A-do-Baço e Camondes permanecem sem água, afirmou à Lusa o presidente da câmara, Carlos Alves.
Para colmatar a situação, os bombeiros locais vão colocar uma viatura de abastecimento de água potável para fazer face às necessidades da população.
Os problemas de eletricidade e de falta de água estenderam-se às localidades de Ventosa, Vila Verde dos Francos, Aldeia Gavinha e Aldeia Galeda da Merceana, no concelho de Alenquer, também no distrito de Lisboa, mas estão já resolvidos, disse à Lusa o vice-presidente da câmara, Tiago Pedro.
Ainda neste concelho, a cobertura do campo do Carregado voou, o que danificou duas viaturas, a escola do 1.º ciclo de Penafirme da Mata esteve fechada por problemas de falta de água, e o centro de formação da Base Aérea da Ota "esteve comprometido por diversas árvores que caíram e tiveram de ser removidas".
No vizinho concelho do Cadaval, "o telhado do pavilhão desportivo da Casa do Povo voou e cinco automóveis ficaram danificados por quedas de árvores", destacou o presidente da câmara, Ricardo Pinteus.
As ocorrências estiveram relacionadas com a passagem da depressão Martinho em Portugal continental, com vento, chuva e agitação marítima fortes que na noite passada motivaram avisos laranja (o segundo mais grave de uma escala de três) em vários distritos. Os avisos passaram entretanto para o nível amarelo, o menos grave.
A Proteção Civil registou milhares de ocorrências devido ao mau tempo, na maioria quedas de árvores, sinalização e outras infraestruturas, bem como algumas inundações. O vento ajudou também a propagar quase meia centena de fogos rurais no Alto Minho, todos extintos durante a manhã de hoje.
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