"O que viemos fazer ao PS foi mostrar -- de forma unida -- que os problemas dos estudantes devem ser uma prioridade para todos os partidos políticos, mesmo num período de instabilidade onde por vezes reina mais o jogo tático do que propriamente as reformas estruturais necessárias para o ensino superior", disse aos jornalistas Pedro Monteiro, na sede do PS, em Lisboa.
À saída da reunião com Pedro Nuno Santos, que durou cerca de duas horas a propósito do Dia Nacional do Estudante, o presidente da Federação Académica de Lisboa salientou que "o movimento estudantil precisa que os seus estudantes sejam ouvidos".
"O secretário-geral do PS transmitiu-nos que é a intenção do PS ouvir as preocupações dos jovens, preocupações das associações e das federações académicas e, portanto, esperamos que as propostas que sejam apresentadas para a próxima legislatura de facto concretizem estas que são as nossas preocupações e que nós demonstramos neste momento de reunião", realçou.
Pedro Monteiro, que falou em nome das 10 associações que estiveram reunidas com Pedro Nuno Santos, lamentou que os custos elevados "imputados aos estudantes" sejam "um entrave" a frequência no Ensino Superior e à permanência nas instituições.
"O Ensino Superior enfrenta várias preocupações, já nesta reunião falámos de muitas, o alojamento estudantil é um custo praticamente insuportável para muitos estudantes do Ensino Superior. O próprio descongelamento das propinas, a necessidade de reforço da ação social, são tudo causas que certamente no dia de hoje, no Dia Nacional do Estudante e na manifestação de hoje à tarde iremos vocalizar a alta emoção", sublinhou.
O secretário-geral do PS considerou hoje que Portugal está em contraciclo com os restantes países da União Europeia (UE) no que respeita à devolução integral das propinas, referindo que o Governo "deu sinais de que iria ser suspensa".
"Nós estamos em contraciclo com aquilo que acontece em muitos países da União Europeia. Em vez de estarmos a aliviar os custos com a frequência de ensino superior, nós estamos a sobrecarregar", sustentou Pedro Nuno Santos antes de se encontrar com federações de estudantes.
Estudantes de todo o país vão manifestar-se hoje em Lisboa para assinalar o Dia Nacional do Estudante e insistir contra as propinas no ensino superior e na defesa de melhores condições, mais apoios e residências.
A concentração em Lisboa está marcada para as 14:30 no Rossio, de onde os estudantes seguem até à Assembleia da República.
No protesto, que se realiza no Dia Nacional do Estudante, vão participar representantes das associações de estudantes de mais de uma dezena de instituições de ensino superior de todo o país, desde Porto e Lisboa, a Trás-os-Montes e Algarve.
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