População em situação de sem-abrigo reduz 27,6% em Coimbra

A população em situação de sem-abrigo em Coimbra reduziu em 27,6% em 2024, face a 2023, contabilizando-se um total de 197 pessoas, 93 das quais sem teto e 104 sem casa (em alojamento temporário), concluiu relatório.

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Lusa
24/03/2025 19:51 ‧ há 2 dias por Lusa

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Coimbra

O relatório do Núcleo de Planeamento e Intervenção em Sem-Abrigo de Coimbra (NPISA), que foi dado a conhecer hoje na reunião do executivo municipal, conclui que havia, a 31 de dezembro de 2024, 93 pessoas identificadas como sem teto (que vive no espaço público, alojada em abrigo de emergência ou a viver em local precário) e 104 sem casa.

 

O documento dá nota de que houve uma redução de 27,6% do número total de pessoas sem-abrigo face a 2023, correspondendo a menos 75 pessoas nessa condição.

Dessas 75 pessoas a menos, 32 foram "integradas em habitação permanente e os restantes ou mudaram de concelho ou o paradeiro passou a ser desconhecido", afirmou a vereadora com o pelouro da ação social, Ana Cortez Vaz, durante a reunião.

A vereadora deu nota de que a evolução do número "é complexa de se fazer", face às mudanças que houve nas pessoas que passaram a ser consideradas para a contabilização ao longo dos anos.

Segundo Ana Cortez Vaz, os principais problemas associados a pessoas que estão em situação de sem-abrigo centram-se na prevalência de problemas de saúde mental, insuficiência de respostas de habitação, dificuldade de articulação com os serviços de saúde e dificuldade de inserção no mercado de trabalho.

A vereadora da coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Aliança, RiR e Volt) vincou ainda que todas as pessoas identificadas têm um plano individual de inserção, elaborado com a participação ativa do próprio, numa "abordagem personalizada que visa promover a autonomia e o bem-estar".

A maioria são homens e têm sobretudo idades entre os 45 e 64 anos e de nacionalidade portuguesa (87%).

Das causas que levaram à situação de sem-abrigo, destaca-se a ausência de suporte familiar, desemprego ou precariedade, dependência de álcool ou droga e problemas de saúde mental, disse.

O relatório, consultado pela agência Lusa, conclui ainda que vários dos parceiros do NPISA encontraram entraves na sua intervenção, face à falta de oferta habitacional, elevado valor de rendas e os baixos rendimentos das pessoas ajudadas.

Essas dificuldades exigem "estratégias coordenadas e esforços contínuos", referiu.

A vereadora do PS Rosa Cruz considerou que apesar da redução positiva de pessoas em situação de sem-abrigo, o problema mantém-se, sendo necessário mais programas de formação e mais recursos para as equipas, dando conta de algumas respostas "fragmentadas e insuficientes".

"As respostas não podem ser temporárias ou paliativas. Tem de haver um plano de ação", vincou.

Já o vereador da CDU, Francisco Queirós, considerou "ilegítimo e nada útil" que o relatório, em diversos momentos, faça referências à etnia, afirmando que isso poderá "ser importante para os serviços e técnicos", mas que tem "seríssimas dúvidas da sua utilização" num relatório público.

Para Ana Cortez Vaz, a ocultação da referência da etnia é que daria "força a partidos extremistas".

A vereadora deu nota ainda de que quando o executivo entrou em funções, em 2021, não havia qualquer candidatura à Bolsa Nacional de Alojamento Temporário, tendo agora duas candidaturas com a pretensão de criar 67 vagas.

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