Milhares de pessoas assinaram um documento que pede que os três alegados influencers suspeitos de violarem uma adolescente de 16 anos e que terão filmado o crime, em Loures, sejam suspensos das redes sociais. O manifesto, intitulado 'Violência sexual e impunidade: O crime de Loures', pede também o "reforço urgente das medidas de coação" dos jovens, que ficaram sujeitos a apresentações periódicas semanais e proibição de contactos com a vítima.
"A libertação dos três arguidos suscita indignação e alarme. Este caso evidencia um problema sistémico na aplicação de medidas de coação inadequadas para a prevenção de crimes contra mulheres e raparigas, revelando falhas estruturais na proteção das vítimas e uma menorização dos crimes praticados", lê-se no manifesto da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, que já foi assinado por mais de 2.800 pessoas e associações.
Para os signatários, a "resposta judicial até ao momento transmite uma perigosa mensagem de impunidade, minando a confiança no sistema de Justiça e perpetuando a cultura de violência contra as mulheres e raparigas".
"A ineficácia das medidas aplicadas já se reflete na conduta dos arguidos, que continuam a utilizar as redes sociais atentando contra a dignidade da vítima", denunciam.
Neste sentido, o manifesto pede a "suspensão imediata do acesso dos suspeitos às redes sociais, impedindo que continuem a instrumentalizar o crime e a expor a vítima", e o "reforço urgente das medidas de coação, assegurando a proteção efetiva da vítima e a segurança de todas as pessoas envolvidas".
Até esta terça-feira, o manifesto foi subscrito por várias organizações da sociedade civil, de âmbito nacional e internacional, e por pessoas "provenientes das mais variadas áreas e com grande relevância na vida pública do país". No total, conta já com mais de 2.800 assinaturas.
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