Amadeu Guerra, de 70 anos, sucedeu a Lucília Gago, atualmente jubilada, em 12 de outubro de 2024, assinalando-se no sábado o primeiro meio ano do seu mandato enquanto líder máximo do MP.
À Lusa, o presidente do Sindicato dos Magistrados do MP, Paulo Lona, considera que "para já" o mandato do PGR "tem sido francamente positivo", em particular quanto à comunicação interna e externa.
Para o magistrado, a comunicação pública da Procuradoria-Geral da República "melhorou substancialmente e tem havido maior comunicação com a sociedade quando há necessidade de comunicar algo".
"Há hoje em dia uma imagem muito mais positiva [do Ministério Público], fruto também [...] dessa alteração na comunicação da Procuradoria-Geral da República", afirma Paulo Lona.
O bastonário eleito da Ordem dos Advogados, João Massano, dá o exemplo da operação de 03 de abril em organismos públicos por suspeitas na aquisição de serviços informáticos, tornada pública num comunicado conjunto da Polícia Judiciária e da Procuradoria-Geral da República, para ilustrar a diferença na postura de Amadeu Guerra face à de Lucília Gago.
"Nós assistimos ao cuidado que houve na comunicação até das mais recentes buscas, dizendo que não havia, por exemplo, pessoas ligadas à política a serem buscadas. Já revelou alguma diferença em relação à questão daquele parágrafo que fez cair o Governo [de António Costa, em novembro de 2023]", sustenta.
João Massano acrescenta que existe a "necessidade do Ministério Público de conseguir credibilizar-se e melhorar a sua imagem", estando "no bom caminho pela forma como [Amadeu Guerra] tem vindo a conduzir a comunicação da Procuradoria-Geral da República".
A nível interno, o PGR visitou em seis meses 25 comarcas, tribunais e serviços do MP de todo o país, para ouvir os procuradores ali colocados, segundo a agenda oficial divulgada pela Procuradoria-Geral da República.
"Sem dúvida que isso veio trazer uma maior proximidade. Os próprios magistrados [do MP] sentem essa presença do procurador-geral no terreno e sentem que também são apoiados e que há uma preocupação em saber o que é que se passa no seu trabalho", conclui Paulo Lona.
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