De acordo com um comunicado enviado hoje pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) às redações, as duas linhas de financiamento inserem-se no Plano de Ação Regional para a Cultura, apresentado no verão.
Em causa está um aviso de 4,8 milhões de euros para a Rede de Polos Arqueológicos da Região Norte e de 4,8 milhões de euros para a Rede Regional de Centros de Criação -- Ação-Piloto Estruturante.
Quanto à Rede de Polos Arqueológicos, esta "visa dar início a uma resposta necessária e urgente para a salvaguarda e divulgação do património arqueológico regional e nacional", permitindo que cada NUT III tenha "um polo arqueológico devidamente equipado e capacitado para ser reconhecido oficialmente pela tutela nacional".
"Desta forma, o Norte passa a ser a primeira região do país com uma rede de polos arqueológicos de cobertura regional", refere a CCDR-N, que assinala que "nas últimas duas décadas "o crescimento da atividade arqueológica preventiva motivou a acumulação de milhares de espólios arqueológicos cuja exploração científica e o potencial de mediação se mantém por executar".
O vice-presidente da CCDR-N para a Cultura, Jorge Sobrado, afirma, citado no comunicado, que o financiamento "permitirá iniciar um trabalho estruturado, há muito necessário, de real salvaguarda e valorização" do património, começando "a fechar-se a Norte um buraco negro da arqueologia".
O aviso pretende "garantir condições adequadas de depósito, inventário, preservação, gestão e acesso, para investigação e mediação, a espólios arqueológicos" e promover "a qualificação de serviços de base local e regional", a "investigação arqueológica sobre o território, realizada no território", a "integração de tecnologias digitais na divulgação e mediação de património arqueológico" e "a valorização cultural do património arqueológico".
Quanto à Rede Regional de Centros de Criação, pretende "estimular o surgimento de uma Rede Regional de Centros de Criação no Norte, com cobertura regional, que apoie o desenvolvimento e capacitação de ecossistemas criativos e artísticos regionais, com potencial na criação de bens culturais".
O aviso visa ainda "promover a disponibilização de espaços que proporcionem a atração e radicação de criadores individuais ou coletivos, em disciplinas como as artes performativas, a música e o som, a fotografia, o vídeo e o cinema, entre outros".
"Esta aposta vem ajudar a preencher uma das principais lacunas no desenvolvimento dos nossos ecossistemas de criação -- a ausência de espaços dedicados e equipados para estruturas e artistas com atividade contínua. Fazemo-lo também com uma preocupação de coesão territorial", refere Jorge Sobrado.
Os objetivos são "criar e equipar espaços tecnicamente qualificados para a criação artística", "criar equipamentos vocacionados para acolher, em residência, o desenvolvimento de atividades de criação e capacitação dos atores culturais", "promover as indústrias criativas regionais" e "promover uma agenda cultural (de criação e de consumo) regular e não sazonal".
As candidaturas podem ser apresentadas até dia 05 de setembro. A taxa máxima de cofinanciamento para ambos os avisos é de 80%.
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