O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez, este domingo, uma visita surpresa à Ovibeja, onde foi questionado acerca das mais de 4.500 notificações para abandono do território nacional de cidadãos estrangeiros em situação ilegal, que fazem parte de um primeiro grupo de 18 mil indeferimentos já decididos.
Questionado pelos jornalistas se viu estes números, Marcelo começou por dizer: "Vi. Ninguém sabe bem quantos imigrantes há em Portugal. O último número diz um milhão e 600 mil. Depois há quem diga que é um bocadinho mais, um bocadinho menos [...]. No quadro de um milhão e 600 mil é muito pouco."
Confrontado sobre estas saídas, Marcelo lembrou que o Parlamento aprovou "regulação" no âmbito que não estava estava legalizado e atirou: "Vamos ver exatamente qual é o número definitivo."
"Com esta nova lei, que foi uma mudança de política, estamos a falar agora numa aplicação de uma lei que corresponde à regularização de 300 ou 400 mil pessoas que estavam penduradas há três anos, desde que o SEF foi praticamente extinto. Brevemente, saberemos quantos foram regularizados. Certamente, muitos. 100 mil, não sei se 200 mil", afirmou, minutos mais tarde.
Governo notificará 18 mil imigrantes para sair (4.500 avisos já em curso)
Leitão Amaro alertou que esta medida integra um "primeiro conjunto de decisões", havendo ainda outros 110 mil processos, "a decidir", dos quais resultarão também "mais indeferimentos e mais notificações".
Carmen Guilherme | 10:26 - 03/05/2025Estamos a falar de um milhão e tal e que aguentam vários setores da sociedade portuguesa
"Da minha perspectiva, o que há que ver é que dos que falta ainda ver se preenchem requisitos, se os preenchem ou não, e qual é o número total daqueles que na regularização são como consequência da nova lei forçados a sair. Se são cinco mil, dez mil. Isto para explicar que há erros que não se podem cometer", considerou.
Confrontando sobre um eventual desaparecimento da imigração em Portugal, Marcelo apontou: "Isso é um colapso na Economia da sociedade portuguesa. Estamos a falar de um milhão e tal e que aguentam vários setores da sociedade portuguesa."
O chefe de Estado referiu que é uma "grande lição" e que "não se deve estar três anos" sem tratar desta matéria. "Ficaram penduradas 200 ou 300 mil pessoas", atirou.
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