A primeira edição do Festival do Luto decorrerá já no dia 24 de maio, no Porto. A iniciativa da Associação Compassio, que pretende tornar a Invicta "uma cidade mais compassiva", passará pela Praça do Marquês, pela Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti e pela Paróquia da Senhora da Conceição, com o objetivo de dar "ferramentas para aprender a acompanhar quem vive a dor da perda de forma mais próxima e empática", já que "o luto não é só de quem o vive".
"Partindo da ideia de que o luto não deve ser enfrentado em solidão, o festival defende que este é um desafio que precisa de ser reconhecido, acompanhado e cuidado em conjunto, e encarado como uma responsabilidade coletiva", detalhou a organização sem fins lucrativos, num comunicado enviado às redações.
O evento, que tem entrada livre, destina-se, por isso, "não apenas a quem está a atravessar um processo de luto, mas também a quem quer aprender a estar presente nestes momentos inevitáveis da vida".
"Os participantes terão aqui a oportunidade de falar sobre a perda de forma aberta, sem tabus, embaraços ou frases feitas, e de conhecer ferramentas que ajudam a acompanhar, de forma mais próxima e empática, quem está em sofrimento", lê-se.
Estão programadas conversas, reflexões e testemunhos de esperança, espaços de expressão artística e atividades infantis, como jogos e leituras de contos, além de sessões de Yoga e Chi Kung e ainda um Death Café, para conversas informais sobre a morte.
"A nossa sociedade ainda tem uma grande dificuldade em lidar com o luto. Por isso, queremos, com esta iniciativa, sensibilizar para a importância de o luto poder ser acolhido sem medo e de uma forma segura, sem pressa para ‘seguir em frente’ e sem constrangimentos", considerou a presidente da Compassio, Mariana Abranches Pinto.
O festival marcará, também, "o lançamento de um movimento de sensibilização para a importância de abordar o luto como uma responsabilidade coletiva", através de uma campanha que contará, inclusive, "com testemunhos reais, entre os quais o de algumas figuras públicas".
"Acreditamos que é urgente reaprender a cuidar. Apesar de estarmos mais conectados do que nunca, o isolamento social está a crescer, sobretudo nas grandes cidades, onde há uma carência significativa de vínculos reais e a dor é muitas vezes vivida em silêncio e solidão. Este festival quer relembrar que o luto precisa de amigos e que o cuidado é um ato coletivo que nos envolve a todos", apontou Mariana Abranches Pinto.
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