O Almirante Gouveia e Melo vai avançar com uma candidatura à Presidência da República, estando o anúncio formal marcado para 29 de maio.
A decisão foi avançada esta quarta-feira em entrevista à Rádio Renascença, na qual Henrique Gouveia e Melo não deixou dúvidas: "A minha decisão é avançar com a candidatura à Presidência da República. Ela será anunciada formalmente no dia 29 de maio."
"Não, não há dúvidas. Vou ser mesmo candidato", reforçou.
Questionado sobre os motivos pelos quais decidiu avançar para Belém, Gouveia e Melo justificou que, desde o final de 2023 -, altura em que foi questionado sobre o mesmo e disse que não -, o mundo está diferente: "Mudou bastante desde essa data. A guerra da Ucrânia agravou-se, a tensão na Europa também se agravou, e a eleição do Sr. Trump como presidente dos Estados Unidos veio alterar a configuração internacional", começou por explicar, apontando que se estava perante "uma nova tentativa de edificação de uma ordem mundial que pode ser perigosa, ou nos pode afetar de forma significativa."
Somos pessoas muito diferentes e, caso os portugueses considerem que eu tenho condições para ser Presidente da República, a minha forma de atuar será muito diferente do atual Presidente
Mas não só o mundo 'lá fora' pesou nesta decisão, já que, segundo o antigo Chefe do Estado-Maior da Armada, "alguma instabilidade interna que se tem prolongado" também o fez "mudar de opinião."
Detalhando sobre esta "instabilidade interna", que segundo refere "está aos olhos de todos os portugueses", Gouveia e Melo falou também acerca de como poderá vir a intervir neste âmbito, caso seja eleito.
"O Presidente da República, por ser eleito por maioria e não dependente de partidos, pode contribuir de forma muito decisiva para a estruturação da política de médio e longo prazo, com uma visão estratégica, e para as reformas estruturais que há muitos anos estão por fazer na sociedade portuguesa", argumentou.
Rejeitando comentar as posições do atual chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, Gouveia e Melo alertou que, no caso de ser o sucessor, a sua posição será diferente: "Somos pessoas muito diferentes e, caso os portugueses considerem que eu tenho condições para ser Presidente da República, a minha forma de atuar será muito diferente do atual Presidente."
Gouveia e Melo foi também confrontando sobre o 'timing' em que desfez o 'tabu' que tem vindo a ser construído ao longo dos últimos meses - com as aparições públicas a serem cada vez maiores -, dado que daqui a três dias o país volta às urnas. "Tenho a expectativa de que os portugueses a escolham bem qual é a governação e o tipo de governação que querem para o futuro. Eu tento não influenciar, em eleições que têm a ver com os partidos políticos", respondeu, acrescentando que o tempo para o anúncio começa a "ser curto", uma vez que precisa de "enviar convites para a cerimónia."
Além de Gouveia e Melo, já estão confirmadas as candidaturas a Belém de Luís Marques Mendes, André Ventura, Mariana Leitão, André Pestana, Aristides Teixeira, Manuela Magno, Tim Vieira e Orlando Cruz.
[Notícia atualizada às 16h06]
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