Um voo com destino a Lisboa que deveria ter deixado o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro – Galeão durante a tarde de sábado foi cancelado e impedido de descolar pela Polícia Federal brasileira, depois de a tripulação se ter recusado a embarcar um cão de assistência na cabine, apesar da apresentação de uma medida judicial provisória e urgente.
O diretor da TAP para o Brasil, Carlos Antunes, relatou ao jornal O Globo que o animal de 35 quilos era considerado um cão de apoio emocional que não estava a acompanhar uma pessoa portadora de deficiência, nem tinha um certificado válido.
Apesar da ordem judicial, o embarque na cabine não foi permitido porque “violaria o manual de operações de voo” da empresa, complementou.
O responsável assinalou que foi dada a possibilidade de o animal embarcar no porão, mas a passageira recusou essa opção.
Ao g1, a passageira, identificada como Hayanne, contou que transportaria Tedy para junto da irmã, uma criança de 12 anos no espetro do autismo que se encontra em Lisboa há um mês e meio.
"Só precisamos que nos deixem embarcar. Preciso de levar o Tedy até à minha irmã. Ela está mal, stressada. O cão já perdeu cinco quilos por estar longe dela", lamentou.
A passageira também terá sido barrada num segundo voo, mas apontou que voltará a tentar na segunda-feira. Contudo, a autorização judicial expirou este domingo.
A situação iniciou-se a 8 de abril, quando os pais, a menor e o animal voaram para Portugal. Nessa ocasião, a TAP também terá recusado o embarque de Tedy. Já a 16 de maio, um juiz emitiu uma ordem judicial para que o patudo viajasse com Hayanne.
O cão já terá acompanhado a menina numa viagem a Orlando, nos Estados Unidos, tendo sido treinado para ficar horas sem comer, por exemplo.
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