Como é tradição, a tomada de posse do Governo, o segundo de Luís Montenegro, decorre esta tarde no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, e foi seguido o habitual protocolo, com o Presidente da República a chegar às 17:50, de gravata verde, e sem falar aos jornalistas.
Minutos antes, chegou o primeiro-ministro, acompanhado pela mulher, também em silêncio, assim como o presidente da Assembleia da República.
Pelas 17:00, começaram a chegar os futuros membros do elenco governativo e a, Provedora da Justiça, Maria Lúcia Amaral, que será depois desta cerimónia ministra da Administração Interna, foi a primeira a marcar presença, tendo chegado de táxi.
Entre os que deixam as pastas, os que as mantém e os que chegam de novo, as palavras, quando existiram, foram sempre de circunstância e em registo bem-humorado.
"Os portugueses esperam muito do Governo e nós estamos cá cheios de energia e com a mesma ambição para continuar a mudar o país", respondeu António Leitão Amaro, que considerou que esta "é a continuação da primeira oportunidade, mas agora com mais força".
Leitão Amaro assegurou que os governantes estão "muito entusiasmados e com muita força", uma ideia que tinha sido partilhada minutos antes pelo responsável pelos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
"É mais forte [o novo Governo] porque foi reforçado pelo voto popular. É a continuação da mudança que se iniciou antes", enfatizou.
Já José Manuel Fernandes, reconduzido na Agricultura, considerou que "um Governo de Luís Montenegro é sempre forte".
De novo com a pasta da defesa, o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, admitiu que este executivo "parece" ser mais robusto do que o anterior.
Entre os que deixam hoje de ter responsabilidades governativas, destaque para a ausência nas entradas da ministra da Cultura cessante, Dalila Rodrigues.
A deixar o Governo, mas com candidatura apresentada à Câmara do Porto, Pedro Duarte falou aos jornalistas mais tempo do que os restantes e considerou que as "últimas eleições foram clarificadoras".
"Acho que o Governo merece que haja um comportamento diferente por parte das oposições daquele que tiveram no último ano. Acho que houve um esforço, claro, para desgastar o Governo desde o primeiro minuto, que infelizmente culminou numa crise política", afirmou, apelando à oposição que tenha "sentido de Estado, sentido de responsabilidade".
No que toca à sua pasta, considerou que "houve claramente uma melhoria" com a subida de Carlos Abreu Amorim, até agora secretário de Estado, pois "é alguém muitíssimo bem preparado".
Entre os partidos, voltaram a faltar PCP e BE, tendo de líderes partidários da oposição que estiveram presentes sido apenas André Ventura, do Chega, e Carlos César, que atualmente assume de forma interina a liderança do PS depois da demissão de Pedro Nuno Santos.
Ventura reiterou que o Governo que toma hoje posse é uma continuação do último executivo e antecipou o "mesmo estilo de governação", mas apontou que o seu partido deve respeitar a coligação mais votada e as instituições.
"O Chega vem ajudar o país, não ajudar o Governo, são coisas diferentes. Ajudar o país é ter a alternativa pronta para quando for preciso ser a alternativa de governo", defendeu.
Parco em palavras esteve o novo ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, que previu que "com certeza que vai ser possível" chegar a entendimentos no parlamento com 10 partidos.
Ao contrário do que é protocolar, houve algumas pessoas a chegar depois do Presidente da República, que costuma ser o último, entre as quais o filho do primeiro-ministro, Hugo Montenegro e a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes.
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