"É esse o objetivo e eu vou assumi-lo aqui. Qualquer outro resultado, que não seja vencer estas eleições, será, para mim, um resultado menos bom. E por isso o objetivo é vencer e ficar em primeiro lugar", afirmou André Ventura, depois de salientar uma sondagem em que o partido surge em terceiro lugar com 20,2% das intenções de voto.
Para Ventura, esta sondagem corresponde já a uma "grande vitória" para o Chega e um sinal de que o partido tem de continuar a trabalhar para ultrapassar o PS, que lidera a sondagem, e ser o mais votado nas legislativas de maio.
André Ventura falava aos jornalistas à margem de uma ação de contacto com moradores e comerciantes na freguesia de Algueirão-Mem Martins, Sintra.
Questionado sobre cenários pós-eleitorais, André Ventura disse que o Chega "quer uma maioria" e construir um cenário de estabilidade, mas reiterou que não contribuirá para essa solução se o primeiro-ministro for Luís Montenegro.
"O Chega sempre esteve disponível para construir alternativa, ninguém esteve mais disponível que eu para construir uma alternativa a seguir às eleições de março. O PSD não quis essa alternativa e o resultado está à vista, estamos em eleições outra vez ao fim de um ano. Nós sempre estivemos do lado da responsabilidade. Agora, a responsabilidade não pode ser feita à custa de suspeitas de corrupção, isso não pode", acrescentou.
Ventura disse também que se os sociais-democratas quiserem contar com o Chega para a formação de uma solução governativa, devem apresentar um executivo de "gente íntegra", "acima de qualquer suspeita" e que "dá explicações ao país".
O líder de Chega abordou ainda a providência cautelar contra o seu partido entregue pelo primeiro-ministro para a retirada dos cartazes em que aparece ao lado do ex-chefe do Governo socialista José Sócrates associado ao tema da corrupção para acusar Luís Montenegro de "tiques autoritários" e de procurar " silenciar um partido com recursos aos tribunais".
André Ventura disse também ainda não ter sido notificado sobre a queixa em questão, e que o Chega não vai alterar a sua estratégia de comunicação devido à providência cautelar apresentada por Montenegro.
"O Chega, naturalmente, tem várias fases de comunicação, como fazem todas as campanhas, em relação à mensagem que quer passar. Mesmo hoje, está outro cartaz do Chega na rua a dizer '50 anos de compadrio', e também está lá a cara do Pedro Nuno Santos", exemplificou.
Ventura acrescentou que "pouca gente deve haver no país tão atacada em imagens, em publicações e em meios propagandísticos" como o próprio e o Chega e que preferia que a pré-campanha eleitoral não fosse passada a "discutir outdoors", salientando que em causa está uma mensagem política para mostrar "ao país que é importante combater a corrupção nesta campanha.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, confirmou ontem que entregou uma providência cautelar contra o Chega para a retirada dos cartazes em que aparece ao lado do ex-chefe do Governo socialista José Sócrates associado ao tema da corrupção.
A providência cautelar do primeiro-ministro contra os cartazes do Chega foi apresentada no dia 14 e a juíza recusou que a ação fosse decidida sem contraditório, como pretendia o autor, e notificou o partido no dia 20.
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