"A demagogia anda à solta, a hipocrisia está como nunca se viu"

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou hoje que já se está em campanha eleitoral, na "fase onde tudo se promete", com a demagogia "à solta" e em que "a reação pôs a cabecinha de fora".

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
27/03/2025 23:08 ‧ há 3 dias por Lusa

Política

Legislativas

"Nós estamos em campanha eleitoral. Não vale a pena. Há o período oficial, há o período oficioso, estamos em campanha eleitoral, digam o que disserem", afiançou o líder dos comunistas, numa sessão hoje à noite, em Arraiolos, no distrito de Évora.

 

Ao discursar na apresentação do cabeça de lista da CDU à Câmara de Arraiolos, Jorge Macau, nas eleições autárquicas deste ano, Paulo Raimundo disse ser "triste" perceber que se está "naquela fase onde tudo se promete".

Mas "é um facto e, perante factos, nada há a fazer", continuou, argumentando que "tudo aquilo que foi chumbado ontem, pelas mãos de uns, são hoje propostas desses que chumbaram as propostas [do PCP] há poucos dias".

"A demagogia anda à solta, a hipocrisia está como nunca se viu, a reação pôs a cabecinha de fora de forma muito clara", ironizou.

Perante o que apelidou como "discurso da bolha", para quais "muitos" querem dar respostas, há "a vida da realidade, a vida dura de cada um", com a qual apenas se pode contar com a CDU.

E para exemplificar as promessas da campanha eleitoral para as eleições legislativas de 18 de maio que diz já ter começado, o secretário-geral do PCP aludiu aos lucros da banca, mais precisamente às comissões bancárias.

"É extraordinário, os mesmos que chumbaram as propostas do PCP há poucos meses, não foi há 20 anos, foi há poucos meses, para pôr os lucros da banca a ter efeitos no aumento das taxas de juros, com as consequências que sabemos bem, são os mesmos que agora vêm multiplicar propostas que procuram pôr os lucros da banca a suportar as rendas e as prestações", criticou.

Por isso, Paulo Raimundo quis deixar um desafio: "Querem mesmo pôr a banca a suportar os aumentos das rendas, os aumentos das prestações, a vida difícil dos micro, pequenos e médios empresários? Então acompanhem a proposta do PCP. Acabe-se, de uma vez por todas, com as comissões bancárias".

Para o líder dos comunistas, as comissões bancárias são um "autêntico assalto aos bolsos de cada um" e, caso fossem extintas, representariam "2,5 mil milhões de euros" de transferências para os contribuintes.

"É comissão por ter cartão, é comissão porque não tem cartão, é comissão porque tem conta aberta, é comissão porque não fechou a conta, é comissão pela comissão. Autêntico roubo e assalto nos bolsos de cada um", frisou.

E estes 2,5 mil milhões de euros oriundos das comissões bancárias são "metade dos lucros totais da banca" e representam "1% do PIB", ou seja do Produto Interno Bruto, argumentou Paulo Raimundo, reclamando "coragem para acompanhar esta proposta do PCP" de extinção das comissões.

Na edição de hoje do Jornal de Notícias (JN), um artigo referia que "o lucro dos cinco maiores bancos com comissões, em 2024, foi de 2.488 milhões de euros, o que é metade de todo o resultado positivo desse ano".

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