Jacarandás? "Não podemos sacrificar o que é belo, bom e prático"

Rui Tavares salientou que "basta ver a diferença no verão entre passear nesta avenida e depois, ali, na Avenida das Forças Armadas, que é muito inclemente, precisamente porque tem parques que não têm árvores e tem uma exposição solar muito grande".

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Notícias ao Minuto com Lusa
30/03/2025 16:56 ‧ há 2 dias por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Rui Tavares

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, considerou, este domingo, que "não podemos sacrificar aquilo que é belo, bom e prático na nossa cidade, em nome dos interesses de um promotor imobiliário", face ao anúncio da remoção de jacarandás na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa.

 

"Estas pessoas que estão aqui estão a defender a beleza na sua cidade e isso não é uma coisa de somenos. Para sermos livres, também precisamos de ter beleza nas nossas vidas, nas nossas cidades. Mas, além disso, estão a defender o que é bom para a saúde das pessoas, uma cidade mais despoluída, uma rua mais fresca, portanto, melhor para as pessoas que caminham nesta zona da cidade", disse, numa manifestação pela defesa das árvores, em declarações à SIC Notícias.

O responsável foi mais longe, tendo apontado que "não podemos sacrificar aquilo que é belo, bom e prático na nossa cidade em nome dos interesses de um promotor imobiliário, ao qual Carlos Moedas [presidente da Câmara Municipal de Lisboa] não sabe fazer frente".

"A verdade é que abater uma árvore velha como Carlos Moedas e o promotor que quer fazer um parque de estacionamento querem fazer para, depois, ou as transplantar, ou pôr árvores novas com muito menos terreno, porque há um parque de estacionamento por baixo, significa que não poderão ser tão frondosas e dar este conforto que aqui dão, quando há muito espaço para fazer as coisas de outra forma, quando há transporte público nesta zona da cidade", complementou.

Rui Tavares salientou ainda que "basta ver a diferença no verão entre passear nesta avenida e depois, ali, na Avenida das Forças Armadas, que é muito inclemente, precisamente porque tem parques que não têm árvores e tem uma exposição solar muito grande", não deixando de parte a componente histórica associada aos espécimes.

"Não é por acaso que os jacarandás estão na 5 de Outubro. Todas estas avenidas novas foram projetadas, cada avenida com a sua árvore diferente, estão aqui desde o final do século XIX", disse.

Recorde-se que a CML iniciou a plantação de novos jacarandás na Avenida 5 de Outubro e nas zonas limítrofes (10 novos jacarandás plantados na sexta-feira e cinco no sábado), tendo ainda adiado a sessão de esclarecimento prevista, tendo em conta o elevado número de interessados em participar.

"Tendo em conta o número de pessoas inscritas e as muitas que ficaram sem conseguir ter acesso devido à limitação de lugares da sala, foi decidido o adiamento e concentração numa única sessão técnica de esclarecimento que irá decorrer no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, 14, próxima quarta-feira, dia 2 de abril, às 18h30", informou, numa nota enviada à Lusa.

Neste eixo da Avenida 5 de Outubro, no centro de Lisboa, segundo informação da câmara, há 75 jacarandás, dos quais 30 serão mantidos, 20 serão transplantados (a que se juntarão dois plátanos) e os restantes 25 serão abatidos. Simultaneamente, serão replantados 39 jacarandás, a que se juntarão 49 outras árvores.

"A CML reafirma que, dos 75 jacarandás que iriam ser removidos daquele local, o atual executivo conseguiu salvar 50. Está ainda garantida a plantação de mais 200 jacarandás em diversos locais da cidade de Lisboa", lê-se.

Em questão está a construção de um parque de estacionamento subterrâneo, no âmbito da operação urbanística de Entrecampos, nos antigos terrenos da Feira Popular.

Contra este processo, a petição 'Não ao abate dos jacarandás da Av. 5 de Outubro', criada na sexta-feira, 21 de março - Dia da Árvore, reunia hoje mais de 53.250 assinaturas.

Na quinta-feira, após uma reunião com a câmara municipal e o promotor do projeto urbanístico de Entrecampos, um grupo de peticionários contra o abate de jacarandás disse que "não houve qualquer abertura" para alterar os planos previstos.

Leia Também: Uma dezena de ativistas cantaram aos jacarandás ameaçados em Lisboa

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