"É preciso dar passos claros no sentido de termos uma imigração regulada. Nós subscrevemos a possibilidade de haver este tipo de entendimento com empresas, no sentido de elas assegurarem também um conjunto de princípios que são fundamentais para que as pessoas possam vir trabalhar para o país com condições", considerou Rui Rocha.
O líder liberal falava aos jornalistas à margem de uma visita à Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, altura em que foi questionado sobre o protocolo de cooperação para a migração laboral, assinado hoje entre cinco confederações empresariais e entidades do Estado, que visa acelerar a contratação de cidadãos estrangeiros, mediante certos requisitos.
Para Rui Rocha, é possível até "ir mais longe" neste protocolo, englobando empresas "mais pequenas", que também precisam de mão-de-obra mas não têm "estrutura para aderir diretamente a este mecanismo da via verde", permitindo que possam fazê-lo através de associações empresariais.
O presidente da IL salientou que, em matéria de imigração, o seu partido sempre teve uma "posição clara": "Quem tem trabalho entra, quem cumpre a lei fica".
Rui Rocha lembrou que nas eleições de 2024 o partido já tinha apresentado o programa eleitoral com uma "imigração regulada, com regras" e pediu proteção para as pessoas que procuram Portugal para trabalhar de modo a combater os "mecanismos e os fenómenos de abuso e tráfico de seres humanos".
O problema que "está a existir nesta pré-campanha é, até ver, estarmos permanentemente a falar de casos" e das questões que levaram à queda do Governo" e esquecer outros problema, sustentou.
Apesar de considerar importantes as questões relacionadas com o chefe do executivo, Rui Rocha defendeu que é importante apresentar aos eleitores "ideias diferentes", nomeadamente em matéria de imigração.
"A Iniciativa Liberal tem falado de crescimento económico, estamos aqui hoje numa instituição de ensino que é bem o exemplo daquilo que nós queremos transmitir ao país", acrescentou, antes de visitar as instalações da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa.
Interrogado sobre as críticas do opositor interno Rui Malheiro, que em declarações à Lusa o acusou de saneamento político nas listas do partido à Assembleia da República, Rui Rocha respondeu que a IL vai apresentar "listas extraordinárias de pessoas extremamente competentes".
"Agora, o que nós não temos nas nossas listas são os problemas que outros têm. Nós não temos Hernâni Dias [PSD] nas listas da IL, nós não temos Hugo Mendes [PS], responsável por muitos dos problemas da TAP nas listas da IL e não temos seguramente, como eventualmente Chega poderá ter ou não, Cristina Rodrigues, acusada neste momento da prática de crimes, isso nós não temos", criticou.
Rocha salientou que "as escolhas têm que ser feitas" e que "há seguramente na IL muitas pessoas capazes que desta vez não estão nas listas, mas isso faz parte".
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