O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, recusou comentar os resultados da última sondagem da Pitagórica para o TVI/CNN, JN e TSF, que coloca o Livre à frente da CDU e BE, mas mostrou-se "muito confiante" na prestação do partido nas próximas eleições legislativas.
"A descida eleitoral é um facto, mas as razões para isso são muitas e não me parece que seja possível fazer uma transferência direta daquilo que perdemos para este ou aquele partido. A questão é como alteramos essa redução de votos. A confiança que levamos para esta batalha é sustentada em factos. Apesar das dificuldades, estamos profundamente ligados e ainda mais empenhados em ligarmo-nos aos problemas concretos da vida", afirmou Paulo Raimundo, em entrevista à CNN Portugal.
O comunista admitiu que os 200 mil votos conseguidos pelo partido nas últimas eleições são "profundamente insuficientes" para resolver "questões fundamentais" como os salários, pensões, direitos das crianças, habitação e Serviço Nacional de Saúde.
"Precisamos de mais votos e deputados para resolver os problemas da vida dos portugueses. Um partido ligado à vida e às aspirações do nosso povo tem de crescer e só pode crescer", acrescentou o secretário-geral do PCP.
As eleições antecipadas foram anunciadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a 13 de março, dois dias depois de o Parlamento chumbar uma moção de confiança ao Governo e que ditou a demissão do Governo PSD/CDS.
Essa moção foi anunciada pelo primeiro-ministro a 5 de março e justificada com a necessidade de "clarificação política" depois de semanas de dúvidas sobre a vida patrimonial e pessoal de Luís Montenegro e a empresa familiar Spinumviva, que motivaram duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e o anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito ao caso.
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