"Sinais contrários a otimismo. Rutte falou de NATO que já não existe"

O antigo responsável pela pasta da Defesa José Azeredo Lopes confessou que uma eventual saída dos EUA da NATO ou mesmo da Organização das Nações Unidas era algo que "nunca imaginou assistir", mas que hoje em dia já é falado abertamente em certos meios.

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Teresa Banha
16/04/2025 08:26 ‧ há 3 dias por Teresa Banha

Política

Azeredo Lopes

O antigo ministro da Defesa José Azeredo Lopes comentou, na terça-feira, a visita do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, à Ucrânia, que decorreu ontem. Apesar das tentativas de manter o "otimismo" perante a situação internacional, o comentador referiu que isso não deverá acontecer.

 

"Os sinais são todos contrários a este relativo otimismo. Mark Rutte falou de uma certa NATO, uma NATO que a meu ver já não existe e acho que ele vai ser confrontando, infelizmente, muito depressa com uma realidade que é bastante dolorosa", considerou durante o seu espaço de comentário na CNN Portugal.

As considerações surgem numa altura em que a Aliança e os Estados Unidos atravessam um afastamento, tendo antigo governante lembrado durante a emissão do programa 'Prime Time' que "ainda hoje [terça-feira] o vice-presidente, JD Vance, avisou os europeus de que não podiam continuar a ser vassalos dos EUA em matéria de segurança e comércio."

"Destacando três Estados por uma espécie de cortesia - a França, o Reino Unido e a Polónia, que ainda conseguem mais ou menos defender-se - ele desqualificou inteiramente os países europeus e, por arrasto necessário, a própria Organização do Tratado do Atlântico Norte", apontou.

O antigo pela pasta da Defesa afirmou ainda que nos âmbitos académicos e militares já se fala, nos Estados Unidos, "quer na saída da NATO, quer na saída das Nações Unidas". "Já estamos neste plano de discussão, uma coisa que eu nunca imaginei poder vir a assistir", confessou.

Azeredo Lopes apontou ainda que Washington tem hoje em dia começa a reduzir um eventual acordo de paz na Ucrânia à questão territorial, "que é, eventualmente, a piscina onde a Rússia quer nadar."

A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

Leia Também: "É bom que fique claro o mais rápido possível qual é a missão da NATO"

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