Ventura desafia IL para acordo, Rocha diz que com Chega é "impossível"

O presidente do Chega desafiou hoje a IL para um entendimento pós-eleitoral caso os dois partidos tenham maioria parlamentar, mas Rui Rocha respondeu que com o partido de Ventura "não há entendimento possível", por ser irresponsável e despesista.

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© Reprodução RTP

Lusa
17/04/2025 23:13 ‧ ontem por Lusa

Política

Legislativas

Num frente-a-frente transmitido na RTP3, André Ventura defendeu que, nas próximas eleições legislativas de 18 de maio, o que vai estar em jogo é se os portugueses "voltam a dar uma maioria histórica à direita ou dão à esquerda".

 

"Se a direita tiver maioria - e com a direita eu nem estou a incluir o PSD, porque deixou de ser um partido de direita, mas estou a incluir a IL -, se essa maioria existir, eu acho que nós só não governamos se não quisermos", disse.

Afirmando que pretende "vencer o espaço do centro-direita" nas próximas eleições e ter mais votos do que o PSD, Ventura reiterou que conta com a IL para um acordo à direita após as legislativas.

"Eu quero dizer aqui, cara a cara com Rui Rocha, eu acho que o Rui Rocha e a IL podem e devem ser parte de uma solução e acho que o Rui Rocha ficará muito mal perante o seu eleitorado se permitir que o PS governe a seguir às eleições", referiu.

Na resposta, Rui Rocha garantiu que a IL "nunca, jamais, em momento algum, viabilizará um Governo do PS", mas procurou também demarcar-se do Chega, pedindo que, ainda que o partido ainda não tenha apresentado o seu programa eleitoral, se olhe para o seu histórico parlamentar.

"Nós propusemos a privatização da TAP. O Chega votou contra. O Livre propôs rácios salariais. O Chega votou a favor", disse, frisando que os partidos que mais vezes votaram ao lado do Chega foram o Bloco de Esquerda e o Livre.

Depois, Rocha abordou o programa eleitoral do Chega às eleições legislativas de 2024, que considerou ser "totalmente irresponsável" porque teria um impacto nas contas públicas de 18 mil milhões de euros, devido a propostas como a criação de um valor da pensão mínima equivalente ao do salário mínimo nacional.

"Não há entendimento possível com um partido como o Chega", sintetizou Rui Rocha, reforçando que nunca viabilizaria "um Orçamento, nenhum Governo, venha de onde vier", com um programa equivalente ao do Chega.

"É um programa dirigista, estatista, com um impacto orçamental de 18 mil milhões, que leva o país a uma bancarrota imediata", criticou, com Ventura a acusar a IL de "não servir para nada" porque "não viabiliza um Governo à esquerda, nem à direita".

"É uma verdadeira muleta do PSD. Nem é muleta, é andarilho, porque é um PSD que está em coma", acusou.

A crítica da IL à proposta das pensões do Chega levou ainda Ventura a acusar Rocha de ser "uma espécie de Rui Tavares, mas de gravata", em que "é tudo 'ok' com a esquerda, mas depois não quer saber nem dos pensionistas, nem da segurança, nem dos funcionários".

"O Rui Rocha só se preocupa com o Príncipe Real, não está preocupado com o país real", disse, com Rocha a responder que Ventura defende a imposição de tarifas equivalente às de Donald Trump, o que teria como consequência o aumento do preço dos bens essenciais.

"A prateleira do supermercado passava a ter preço base, IVA e adicional, que são as tarifas de André Ventura. Era o IV: Imposto Ventura", ironizou.

Os dois líderes abordaram também a imigração, com Rocha a considerar que existe atualmente "um descontrolo nas fronteiras" e a defender que é preciso garantir que "quem tem trabalho, entra, e quem cumpre a lei, fica".

Ventura considerou que a IL preocupar-se com imigração "é hipocrisia de última hora e eleitoralista", alegando que o partido foi "sempre favorável a políticas de portas abertas" e votou contra medidas como a imposição de quotas, que Rocha considerou revelar uma "visão dirigista do Estado".

A saúde foi o único tema em que os dois líderes pareceram convergir numa solução, com Ventura a defender que a resposta para os problemas no SNS passa pela "articulação entre o privado e o público" e Rocha a considerar que os portugueses devem ter a liberdade de escolher se querem ser tratados no público, privado ou social.

[Notícia atualizada às 23h32]

Leia Também: Debate: Pedro Nuno aborda caso, Tavares quer "falar de quem não tem casa"

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