Pedro Nuno 'arranca' debate: Chega quer "explicações", CDU "investigação"

O presidente do Chega comparou hoje a situação do líder do PS, alvo de averiguação prévia pelo Ministério Público sobre a compra de casas, à do primeiro-ministro, enquanto o secretário-geral do PCP defendeu uma investigação rápida.

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© Rui Valido/ TVI-CNN Portugal

Lusa
16/04/2025 23:04 ‧ há 2 dias por Lusa

Política

Legislativas

André Ventura e Paulo Raimundo assumiram estas posições no início de um debate na CNN Portugal em período de pré-campanha para as legislativas antecipadas de 18 de maio.

 

Interrogado sobre a averiguação prévia do Ministério Público sobre a compra de casas do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, hoje noticiada, o presidente do Chega respondeu que desconhecia o caso "em detalhe", mas comentou que acha estranho ver "políticos a comprar casas de qualquer maneira como se o dinheiro jorrasse das fontes".

"Nós não podemos é ter políticos que chegam a Lisboa sem nada e de repente saem de Lisboa com tudo. Não estou a dizer que é o caso de Pedro Nuno Santos ou de Luís Montenegro, estou a dizer que é preciso dar explicações", disse, comparando as situações do secretário-geral do PS e do primeiro-ministro.

Segundo André Ventura, este "é mais um caso que vai marcar a campanha eleitoral negativamente" e "Pedro Nuno Santos não pode dar menos explicações do que as que exigiu a Luís Montenegro", que acusou de se limitar a "fingir que dá esclarecimentos".

Por sua vez, o secretário-geral do PCP defendeu que "tem de se investigar até ao fim o mais depressa possível" este caso, para que "estes climas de suspeição passem rapidamente".

"Não nego a importância deste caso, como outros casos, mas também não quero que o debate político se centre nestas questões", acrescentou Paulo Raimundo.

Em conferência de imprensa, hoje, em Lisboa, na sequência da notícia de que era alvo de averiguação prévia pelo Ministério Público, o secretário-geral do PS afirmou que não teme o escrutínio, prestou informações sobre as compras dos dois imóveis em causa e prometeu tornar pública toda a documentação na quinta-feira.

Raimundo e Ventura admitem que "há um mundo de diferença" entre os dois

O secretário-geral do PCP e o presidente do Chega admitiram que "há um mundo de diferença" entre ambos, num debate em que divergiram sobretudo em relação aos apoios às empresas e o papel do Estado.

Num debate na CNN Portugal, André Ventura fez interrupções e acusações sucessivas ao PCP, que qualificou como "um partido antidemocrático", "o maior proprietário imobiliário do país", amigo da Rússia, o que Paulo Raimundo resumiu como "a cartilha" esperada, queixando-se de não conseguir falar.

"Não venha a falar de democracia comigo", retorquiu o secretário-geral do PCP, que, em contrapartida, associou o Chega aos interesses de grandes grupos económicos - "alguns deles que sustentam o seu partido", disse para Ventura - e criticou a sua proposta de descida do IRC para 15%.

"Como é que vai explicar aos professores, aos médicos, às forças de segurança, aos bombeiros, que lhes vai cortar dois mil milhões de euros por ano de possibilidade de receita para investir?", questionou Raimundo.

Neste frente a frente moderado pelo jornalista João Póvoa Marinheiro, em período de pré-campanha para as legislativas de 18 de maio, tanto o representante da coligação CDU (PCP/PEV) como o presidente do Chega se identificaram como originários da periferia de Lisboa, mas concordaram que nada os une.

As divergências quanto ao IRC levaram André Ventura a afirmar: "Isto é um mundo entre nós de diferença". Paulo Raimundo subscreveu: "Pois é, há um mundo muito grande entre nós de diferença".

Recuando ao período da chamada "Geringonça", o presidente do Chega lembrou o apoio do PCP à governação do PS chefiada por António Costa e responsabilizou os comunistas pela falta de médicos de família, carga fiscal e alunos sem professor.

"Eu sei que o André Ventura ainda tem atravessada na garganta a situação de 2015 e nunca mais vai perdoar o PCP por ter afastado o Governo de Passos e de Portas, esse Governo que o André Ventura então aplaudia, aplaudia então todo contente com a 'troika'", reagiu Paulo Raimundo, recordando o passado de Ventura no PSD.

[Notícia atualizada às 23h36]

Leia Também: "Salazar" foi invocado em debate AD-BE; Há "mundo" a separar Chega e CDU

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