O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, admitiu um possível acordo com a AD - Coligação PSD/CDS para que o partido possa ter lugar num futuro Governo. No entanto, frisou que ainda "não houve qualquer conversa com a AD".
"Nós queremos contribuir para a estabilidade do país. Nós votamos a favor da moção de censura porque entendemos que, de facto, não era o momento de mergulhar o país nessa crise política. [...] Agora, é verdade que, do ponto de vista da execução de políticas liberais estar no Governo, provavelmente, traz maior capacidade de influenciar essas políticas. E, portanto, estamos abertos a esse cenário, mas é importante dizer o seguinte: não é uma questão da Iniciativa Liberal. A IL está disponível para, mais uma vez, estar ao lado dos interesses dos portugueses, está disponível para ter uma agenda reformista que mude as questões essenciais que hoje afligem os portugueses. A pergunta essencial não é o que faz a IL é se o PSD está à altura das suas responsabilidades e se está à altura de ter uma agenda reformista que, em bom rigor, deixou para trás durante esta curta legislatura", referiu Rui Rocha em entrevista na RTP3.
Questionado sobre se a Iniciativa Liberal e a AD já tinha falado sobre uma solução pós.eleições, caso haja uma maioria da coligação PSD/CDS, o Rui Rocha notou que "não houve qualquer conversa".
"Não tem havido nenhum contacto especial nos últimos meses", disse.
Já sobre o ministério das Infraestruturas continuar nas suas preferências, o presidente da IL afirmou que acredita que "há áreas onde a Iniciativa Liberal pode dar um enorme contributo", destacando a área da modernização do Estado e da digitalização e elencando vários outros ministérios, tais como o da Economia.
"Aqui, o importante é que haja uma agenda reformista e que, uma eventual presença da Iniciativa Liberal num Governo seja tida como uma forma de transformação do país e de sentido de responsabilidade", sublinhou.
Perguntado sobre que condições apresenta para dar a mão à AD, Rui Rocha afirmou: "Não se trata de dar a mão à AD, trata-se de dar a mão ao país e de trazer esse sentido de responsabilidade e de reforma que tem faltado".
Caso haja um acordo entre os dois partidos, Rui Rocha defende que é necessária uma "reforma ou modernização do Estado", assim como aliviar impostos, seja para as empresas e famílias.
"Duas áreas fundamentais que têm de ser um desígnio de uma próxima legislatura são a saúde e a habitação. Não podemos continuar a viver num país com uma crise profundíssima de habitação, em que é muito difícil encontrar casa [...] e a área da saúde onde hoje vivemos mais um dia muito complicado no SNS e que tem que ser um desígnio para uma legislatura, para transformarmos o país também nessas duas áreas", frisou.
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