O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, respondeu este domingo ao secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, que ontem acusou o PSD de ao longo da História "usar a classe média para ganhar eleições" e depois governar para "uma minoria."
"Aquela história do governar só para alguns é uma atoarda que se diz sem fundamento. Por mais vezes que se diga, ela não é verdade. Nós governamos para todos", referiu, em Leiria, após um almoço com jovens.
"Agora, se aquilo que o Partido Socialista queria dizer é que prometemos prioridade máxima aos jovens para que eles possam ter projetos de vida em Portugal, possam dar a sua força de trabalho e ajudar-nos a construir o futuro de Portugal, têm razão", apontou, acrescentando: "Cumprimos o objetivo de dar prioridade máxima à juventude portuguesa. Mas até nisso, nós não estamos a pensar apenas em alguns. Isso é dividir a sociedade, gerações. Estamos a pensar na sociedade toda porque estes jovens têm pais, avós e vão ter filhos. Estamos a pensar em todos."
Montenegro reforçou que para além de a AD governar para todos, as prioridades eram "cumpridas". No âmbito da história de "governar só para alguns", Montenegro desafiou: "Quem e que pode dizer uma coisa dessas com a falta de autoridade moral que foi: quando estava no Governo e participava no Conselho de Ministros aceitou que houvesse um IRS para os jovens que era muito limitado no tempo e absolutamente limitado no tempo e absolutamente limitado no âmbito de aplicação?"
Montenegro discursa depois de o centrista Nuno Melo discursar também, e lembrar que o Executivo do qual faz parte é "elogiado no mundo inteiro, não por ser de Direita ou Esquerda", mas sim pelos resultados.
Também no sábado, o líder do PS falou da atuação da Direita conservadora e liberal, que, a seu ver, tenta convencer os jovens de que podem ser todos como o multimilionário norte-americano Elon Musk, "que podem ser todos empresários, que podem ser todos trabalhadores por conta própria".
"Tentam convencer que o Estado é um obstáculo e não um apoio coletivo às vidas de cada um - e é aí que nós temos de os combater", disse ontem.
Luís Montenegro justificou a sua governação para todos exemplificando com o aumento das pensões e do suplemento extraordinário aos idosos e com as vantagens para aquisição de habitação dos jovens até aos 35 anos, passe gratuito até aos 23 anos, a descida do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) e a aprovação do IRS Jovem.
"Quando decidimos a isenção do IMT [Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis] e do imposto de selo, para a garantia pública, para a parte não coberta pelos empréstimos bancários, dos jovens até aos 35 anos, não é uma benesse que queremos dar aos jovens. É mais uma razão para ficarem em Portugal", destacou.
Luís Montenegro criticou ainda as propostas para "tornar permanente a aplicação de uma taxa de IVA zero nos produtos alimentares, ou abrir um certificado de forro de 500 euros para cada nascimento", defendendo, pelo contrário, "menos impostos", "para que as pessoas possam trabalhar e ver o retorno do seu trabalho e o país como um todo possa ser atrativo para os que aqui vivem".
Montenegro criticou também as "portas escancaradas" da política de imigração do PS. "Precisamos de ter imigrantes, a nossa economia também depende dessa força de trabalho. Mas, a porta não tem de estar totalmente escancarada nem totalmente fechada. A porta tem de ter regras", sublinhou.
Para o líder do PSD, "as regras servem para que o Estado tenha controle e para que as pessoas tenham a garantia de humanismo e de dignidade nas suas vidas".
[Notícia atualizada às 18h12]
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