Votos da CDU no interior foram insuficientes mas "nenhum foi traído"

O secretário-geral do PCP afirmou hoje, na Covilhã, que os poucos votos que a CDU teve no passado no distrito de Castelo Branco foram insuficientes, mas nenhum deles foi traído ou desperdiçado e recusou resultados predeterminados nas Beiras.

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Lusa
06/05/2025 19:30 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

Legislativas

Ao som do bombo, gaita de foles e concertina, Paulo Raimundo participou hoje numa ação de contacto com a população no centro da Covilhã, num percurso de cerca de 400 metros entre o Jardim da Covilhã e a Câmara Municipal, onde distribuiu panfletos entre os habitantes, com pouca interação com quem se cruzava.

 

No final, ao discursar, recordou o resultado baixo da CDU nas legislativas de 2024 em Castelo Branco, em que foi a sexta força num distrito que apenas elege quatro deputados, mas recusou que algum desses votos tivesse sido desperdiçado e que o resultado tenha de se repetir agora, como se estivesse predeterminado.

"Nós, nas últimas eleições que tivemos aqui no distrito -- se eu estiver enganado depois algum camarada que me corrija --, foram, mais ou menos, 2.732 votos [foram 2.372 votos]", afirmava Paulo Raimundo, no final da ação.

No entanto, Paulo Raimundo considerou esses 2.372 votos como "importantíssimos".

Apesar de terem estado muito longe da eleição de qualquer deputado, nenhum dos votos "foi traído, nenhum deles foi desperdiçado", vincou.

"Todos contaram para a luta, todos contaram para o caminho que é necessário fazer", disse, esperando agora que outros que votaram noutros partidos e que se sentem "justamente traídos têm razões acrescidas" para fazer subir o número de eleitores da CDU no distrito de Castelo Branco.

Aos jornalistas e no discurso, Paulo Raimundo recordou o trabalho e a luta pelo fim das portagens e pela desagregação de freguesias, que dão "confiança para o futuro e esperança", mostrando que a luta dos utentes forçou os partidos a abolir as portagens das ex-Scut -- "não foi porque choveu muito".

O secretário-geral do PCP apontou para o problema de acesso ao Serviço Nacional de Saúde no interior, a falta de uma rede pública de creches, a necessidade de melhores salários e uma mobilidade que dê resposta concreta às pessoas.

Além disso, e estando na terra de "A Lã e a Neve", Paulo Raimundo, recordou a obra neorrealista de Ferreira de Castro, que fala de Horácio, um pastor de Manteigas convertido em operário de tecelagem na Covilhã e das suas dificuldades em conseguir uma vida digna, nomeadamente uma casa.

"O que é extraordinário e simultaneamente triste é que ainda hoje haja tantos Horácios, tantos Horácios à procura de uma coisa que é um direito de todos nós, que é a procura da sua casa, das suas quatro paredes e do seu teto. É triste, mas não estamos condenados a isto", disse.

Contrariando o fatalismo, Paulo Raimundo recusou também que alguém diga que a CDU não elege em Castelo Branco.

"Era só o que faltava alguém ter a autoridade, ter a audácia e a pouca vergonha de dizer que a CDU não elege em Castelo Branco. Quem decide sobre essa matéria é o povo. O voto do povo é que decide", sublinhou.

Leia Também: Raimundo com Heloísa Apolónia ao lado aponta ao regresso dos Verdes à AR

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