"Aqui vota-se nos candidatos que aqui estão. E aqui vamos decidir se vamos ter outra vez dois deputados da direita e da extrema-direita ou se, em vez disso, pelo menos um vem para a CDU e reforça a política do progresso, da igualdade e do desenvolvimento", afirmou Bernardino Soares, que discursava num almoço em Beja da Coligação Democrática Unitária (que junta PCP e Partido Ecologista "Os Verdes").
Nas legislativas de 2024, a CDU não conseguiu eleger João Dias para o parlamento em Beja, círculo em que os três deputados foram repartidos pelo PS, AD e Chega (em 2022, Beja elegeu dois deputados do PS e um da CDU).
Para Bernardino Soares, os três deputados eleitos pelo distrito em 2024 "nada fizeram" por Beja e "ninguém sabe quem são".
Afirmando que o "Alentejo está abandonado", defendeu investimentos no IP8, no Hospital de Beja e numa ligação ferroviária direta a Lisboa e ao Algarve.
Na ótica do antigo líder parlamentar do PCP, é preciso "esclarecer as cabeças confusas" e recordar que se elegem 230 deputados e não o primeiro-ministro.
No mesmo almoço, que decorreu nos Bombeiros Voluntários de Beja, a antiga deputada dos "Verdes" Heloísa Apolónia tinha defendido a eleição de Bernardino Soares, considerando que "o voto verdadeiramente útil é na CDU".
Também o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, apelou a que "ninguém fique por mobilizar" para a CDU recuperar um deputado por aquele círculo.
Dirigindo-se aos presentes que já estão reformados, Paulo Raimundo deixou ainda um desafio para ninguém pôr as pantufas, face aos riscos que a democracia corre.
"Ninguém está autorizado a pôr as pantufas. Ponham os ténis, ponham as botas, vão descalças, mas vamos todos para esta luta que temos que travar", disse.
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