"Esquerda precisa de conversar" sobre autárquicas e presidenciais

A coordenadora nacional do BE defendeu hoje que "a esquerda precisa de conversar" para impedir uma revisão constitucional e sobre as eleições autárquicas e presidenciais, pedindo apoio a "uma figura" que sirva de "contrapeso democrático à maioria de direita".

Notícia

© Lusa

Lusa
24/05/2025 19:37 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

Bloco de Esquerda

"A esquerda precisa de conversar. Já tínhamos identificado isso no passado, essa necessidade é hoje mais urgente do que nunca", sustentou Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas após uma reunião da Mesa Nacional, órgão máximo entre convenções, que decorreu hoje em Lisboa.

 

Na opinião da líder do BE, após as eleições legislativas antecipadas do passado dia 18, ganhas pela AD - coligação PSD/CDS-PP e que elegeu um parlamento maioritariamente à direita, "a esquerda precisa de conversar desde logo para se opor e impedir uma revisão constitucional feita pelas mãos da extrema-direita ou da direita extrema".

"Essa revisão constitucional, que parece muito distante a muitas pessoas, significa a nossa liberdade individual e coletiva", avisou Mariana Mortágua, alertando que o SNS, a escola pública ou o Estado Social estão em risco.

Além disso, o BE quer diálogo "entre as esquerdas" sobre as presidenciais de janeiro de 2026, sublinhando que "são umas eleições importantes".

"É muito, muito importante que se encontre uma figura que possa servir de contrapeso democrático à maioria de direita, que possa ter os valores do humanismo, dos direitos humanos, da democracia, do Estado Social e da Constituição como fatores centrais na sua candidatura e a esquerda tem também a obrigação de dialogar sobre essa possível candidatura e que possa unir várias forças, vários partidos", salientou.

Antes das presidenciais, o próximo desafio eleitoral são as eleições autárquicas, previstas para setembro ou outubro, e Mariana Mortágua voltou a insistir em alianças neste campo "para que seja possível eleger vereadores de esquerda".

"Para que seja possível mostrar na prática ao país a diferença que faz políticas sociais, políticas que protegem o ambiente, que protegem a qualidade de vida, que respeitam a liberdade das pessoas, que podem e que conseguem integrar, que conseguem respeitar, que conseguem combater a poluição, políticas que respeitam as necessidades de cada território e que veem o território e as suas necessidades hoje em dia", sublinhou.

Esses diálogos, que "estão em curso", "devem intensificar-se para que a esquerda consiga apresentar uma alternativa credível, capaz, já nas eleições locais que se aproximam", defendeu Mortágua.

Depois de no Palácio de Belém, após a audiência com o Presidente da República, a líder do BE ter revelado que o seu partido está em diálogo com o Livre e o PAN para apresentarem "projetos de convergência" nas próximas eleições autárquicas, Mortágua voltou a manifestar disponibilidade para uma aliança à esquerda para a autarquia de Lisboa também com o PS, com o objetivo de "derrotar Carlos Moedas", atual presidente da Câmara.

Interrogada sobre se vê na polémica dos despedimentos de recém-mães em 2022 uma das causas para o desaire eleitoral, Mortágua voltou a enquadrar a derrota do BE nestas legislativas num cenário no qual toda a esquerda está em queda, quer a nível nacional como internacional.

"Quem disser que há apenas um fator para uma derrota da esquerda historicamente, e do Bloco de Esquerda em particular, está a ver mal o momento histórico que estamos a viver. E é óbvio que para o resultado eleitoral contam fatores internos, decisões do Bloco de Esquerda, e fatores da própria conjuntura política e do ambiente político nacional e internacional, mas uma coisa é certa: todos eles contribuem para a esquerda, e o Bloco de Esquerda em particular, não ter sido capaz de contrariar a viragem à direita, e essa é a responsabilidade que temos que assumir", reconheceu.

Perante este cenário, na opinião de Mortágua, os partidos à esquerda têm que ser capazes de "fazer um balanço", o que também significa "dizer ao país que tem de haver um diálogo, que as esquerdas têm de conversar".

Na resolução política da Mesa, hoje aprovada, o BE encara os resultados do passado dia 18 "com preocupação" e pretende realizar um debate interno, como já tinha sido anunciado.

"Este processo não se faz com pressa nem encontrando um único fator explicativo. Exige tempo, humildade, abertura e disponibilidade para encontrar caminhos que só descobriremos coletivamente", lê-se no texto, depois de o porta-voz do Livre Rui Tavares ter pedido, esta semana, que uma "reflexão rápida" antes das eleições autárquicas.

Leia Também: XIV Convenção Nacional do BE marcada para 29 e 30 de novembro

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas