"Perante a posição do PS que se antevê que venha a apoiar este novo Governo da AD, penso que é preciso mais do que nunca uma esquerda capaz de dialogar, de apresentar projetos fortes, de criar diálogos também com a população, de criar maiorias sociais para combater esta maioria de direita", defendeu Mariana Mortágua, no primeiro dia da XVII legislatura, na qual será deputada única.
Interrogada sobre se uma eventual aproximação dos socialistas ao Governo da Aliança Democrática -- coligação PSD/CDS-PP afasta o BE do PS, Mortágua começou por responder que o país verificou, nas últimas legislativas, "uma viragem à direita".
"Perante um antecipado apoio, ao que se prevê, do PS ao Governo da AD, mais do que nunca é necessária uma esquerda muito forte no parlamento que represente a contestação social que haverá certamente a este Governo de direita e a proteção de direitos, de liberdades coletivas e também individuais que estão neste momento em risco", salientou.
Contudo, a bloquista não excluiu conversar com os socialistas, insistindo na necessidade de existirem "diálogos e canais abertos com os partidos à esquerda do Partido Socialista, mas também com o Partido Socialista".
"Este é o momento do diálogo, este é o momento de encontrar pontes, de encontrar convergências", salientou.
Nas eleições legislativas antecipadas deste mês, os bloquistas obtiveram o seu pior resultado de sempre em eleições legislativas, com menos 154.818 votos face a 2024 e passando de cinco parlamentares para uma deputada única: a líder, Mariana Mortágua, cabeça-de-lista por Lisboa.
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