Em entrevista à agência Lusa, quando questionado sobre a participação da empresa chinesa no desenvolvimento da tecnologia 5G em Portugal, o diplomata informou que "no ano passado, o novo governo já começou a fazer nova avaliação".
"E estava a discutir uma nova lei por cada caso, avaliando por caso", mas desconhece-se como ficará o processo com a queda do Governo formado pela aliança PSD e CDS.
À Lusa, o diplomata salientou o 5G como um "exemplo de cooperação entre a China e Portugal na área das telecomunicações", recordando que a tecnológica Huawei iniciou projetos no país e "ajudou Portugal a desenvolver o 5G desde o ponto zero a um nível bastante alto" perante a ausência de interesse de outras empresas.
Porém, em 2023 surgiram questões de "segurança ou confidencialidade" e "Portugal com estes pretextos avançou com um documento" mesmo depois de 20 anos de colaboração "sem terem sido encontrados problemas", considerou.
No ano passado, Zhao Bentang já tinha rejeitado uma "mentalidade de Guerra Fria" nesta questão.
"Tratar estes temas com uma mentalidade de Guerra Fria ou intervir de uma maneira forçosa é como uma violação de regras internacionais", sublinhou, nessa altura, à Lusa.
Em maio de 2023, a Comissão de Avaliação de Segurança, no âmbito do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, divulgou uma deliberação sobre o "alto risco" para a segurança das redes e de serviços 5G do uso de equipamentos de fornecedores que, entre outros critérios, sejam de fora da UE, NATO ou OCDE e que "o ordenamento jurídico do país em que está domiciliado" ou ligado "permita que o Governo exerça controlo, interferência ou pressão sobre as suas atividades a operar em países terceiros".
A deliberação não refere nomes de empresas ou de países, mas o certo é que o caso da Huawei surge na memória, nomeadamente porque a tecnológica chinesa foi banida das redes 5G em outros países europeus.
Em setembro de 2023, a Huawei Portugal entrou com uma ação administrativa contra a deliberação sobre equipamentos 5G da CAS, com o objetivo de salvaguardar os seus direitos legais.
Hoje à Lusa, o embaixador referiu que "a parte chinesa espera que todos os empresários tenham igualdade, tenham as mesmas condições para investir, para colaborar, para fazer negócios em Portugal. Isso será, não só para empresários estrangeiros, também será bom para Portugal", avaliou.
Já sobre a investigação das autoridades belgas por alegada corrupção no Parlamento Europeu envolvendo lobistas da chinesa Huawei, que também levou à realização de buscas em Portugal, o diplomata recusou fazer comentários.
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