Lagarde considerou, ao abrir uma conferência organizada pelo BCE, que as estimativas sobre o aumento da produtividade com a inteligência artificial variam muito, mas mesmo no intervalo mais baixo "pode ser decisivo para a Europa".
A responsável acrescentou ainda que existe uma teoria de que a área do euro poderá registar um aumento anual na produtividade total dos fatores de 0,3 pontos percentuais durante os próximos dez anos, sendo que, ao longo da última década, o crescimento anual da produtividade total dos fatores foi, em média, de 0,5%.
Outros cálculos consideram que a produtividade pode crescer 1,5 pontos percentuais mais rapidamente se a inteligência artificial for amplamente adotada na próxima década, indicou.
No entanto, a presidente do BCE alertou na conferência, dedicada ao "poder transformador da inteligência artificial: implicações económicas e desafios", que faltam investimentos na Europa.
"Entre 2018 e 2023, cerca de 33 mil milhões de euros foram investidos em empresas de inteligência artificial na União Europeia, o que compara com mais de 120 mil milhões de euros nas empresas dos EUA", disse Lagarde.
O desenvolvimento desta tecnologia também exige investimentos consideráveis em centros de dados e a União Europeia tem atualmente quatro vezes menos locais dedicados a isso do que os EUA.
Lagarde também salientou que "a regulação e a falta de qualidade institucional são prejudiciais à expansão dos setores de alta tecnologia", argumentando que "investir em tecnologias radicais é muito arriscado e requer uma série de condições de enquadramento diferentes".
Leia Também: Softbank vai investe 37 mil milhões de euros na OpenAI