Inspirado no clássico 'A Sagração da Primavera', com música de Igor Stravinsky, o espetáculo une elementos da cultura brasileira e influências de diferentes tradições artísticas, segundo um comunicado da produção.
Com direção de arte e cenografia de Gringo Cardia, 'Sagração' colocará em palco um conjunto de 170 bambus de quatro metros para criar diferentes efeitos visuais manipulados pelos bailarinos, cujos figurinos são assinados por Claudia Kopke, e iluminação por Beto Bruel.
De acordo com Deborah Colker, citada no comunicado, o projeto surgiu do desejo de reinterpretar a obra do compositor e pianista russo num contexto brasileiro: "Queríamos dançar um Brasil de antes de 1500, e sagrar caminhos evolutivos", explicou a coreógrafa, destacando a influência das culturas ancestrais na construção do espetáculo.
O bailado 'Sagração' foi dividido em 14 cenas que misturam dança, cenografia e elementos simbólicos inspirados em mitos judaico-cristãos, na teoria da evolução de Darwin e na visão dos povos originários do Brasil.
A nova coreografia encerra uma trilogia iniciada com 'Cão Sem Plumas' - apresentada no mesmo palco lisboeta em 2023 - e 'Cura', peças que exploravam temas primitivos e existenciais através da dança contemporânea.
Fundada em 1994, a Companhia de Dança Deborah Colker celebra este ano três décadas de atividade, somando mais de 2.000 apresentações em 32 países, tendo sido distinguida com o Prémio Benois de la Danse (2018), em Moscovo, e o Laurence Olivier Award (2001), no Reino Unido.
Em 2009, Colker foi a primeira mulher a dirigir um espetáculo para a companhia Cirque du Soleil e, em 2016, foi responsável pela direção de movimento da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
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