"Passamos épocas sem quase lesões graves. Nesta [temporada] estamos a ter. Está a ser muito duro, muito duro. É duro para o treinador, é duríssimo", afirmou Frederico Varandas, em entrevista à Sporting TV.
O presidente 'leonino' apelou à "calma e racionalidade" perante o número de lesionados no plantel, lembrando que "não há milagres".
"Em novembro começámos com vagas de três ou quatro lesionados. Temos problemas porque não contamos com os jogadores e não vão poder rodar ao nível de gestão. Tivemos de sobrecarregar jogadores e as lesões trazem sempre mais lesões", salientou.
Varandas assumiu que tiveram de ser "queimadas etapas" no processo de reabilitação dos atletas, porque "senão não havia jogadores para jogar", dando o exemplo de Morita.
Para além de Morita, também Nuno Santos e Daniel Bragança estão lesionados com problemas graves nos joelhos e já não jogam mais esta época, risco que também corre João Simões, devido a uma fratura.
No departamento clínico estão também Pedro Gonçalves, que não joga desde novembro com uma "lesão muscular grave", Morita, St. Juste, Geny Catamo e Hjulmand.
O líder do Sporting alertou, também, para os riscos associados ao aumento do número de jogos no calendário desportivo e admitiu que o clube poderá vir a abdicar de competições, como a Taça da Liga, uma vez que os jogadores "não são sobre-humanos".
"Temos de perceber que existem lesões traumáticas que não se controlam. O desporto é como a vida pessoal. A vida umas vezes dá, outras vezes tira", assinalou.
Frederico Varandas avisou que o Sporting não tinha capacidade financeira para contratar mais reforços no mercado de janeiro (os 'leões' contrataram Rui Silva e Biel), mas sinalizou que a capacidade de investimento tem vindo a aumentar nos últimos anos com a atual direção.
"Quem me dera a mim, eu seria o primeiro porque ninguém é mais interessado do que eu, dizer que fosse possível chegar a janeiro e reforçar a equipa com mais 20, 30 ou 40 milhões. Quem me dera. Mas não é possível. Não é realidade do Sporting", reconheceu.
Varandas considerou que o guarda-redes Kovacevic "não correspondeu às expectativas" e revelou que a saída do diretor desportivo Hugo Viana após o mercado de inverno aconteceu por "razões pessoais e familiares".
Já sobre Viktor Gyökeres, o dirigente recusou abordar uma possível transferência no final da época: "Não vou alimentar. O Viktor já é demasiado mediático e tem valor por mérito dele. Não vale a pena estar em janeiro a falar do mercado de verão".
O presidente dos 'leões' enalteceu ainda o trabalho da direção por si presidida, lembrando que a "palavra bicampeonato não fazia parte do dicionário" do Sporting.
"A palavra bicampeonato pertencia ao imaginário no Sporting. É preciso recuar quase 70 anos. Não sei se vamos ser bi ou tricampeões. Sei é que o Sporting existe e é considerada uma equipa para ganhar", atirou.
Leia Também: Crise de lesões, a saída de Viana e Pinto da Costa. Varandas abriu livro