"Fizemos crescer o número de árbitros em todo o país. Iniciámos o nosso percurso com 3.710 árbitros e, depois do abalo que a pandemia [de covid-19] nos causou, soubemos reinventar-nos e atrair jovens árbitros e árbitras, terminando a época 2023/24 com 5.521 em atividade no futebol, no futsal e no futebol de praia", contextualizou Fontelas Gomes, numa mensagem deixada no documento, antes de ser empossado como diretor da FPF.
A tendência de crescimento nas últimas oito épocas apenas foi invertida na transição de 2017/18 (4.065) para 2018/19 (4.025) e de 2019/20 (4.098) para 2020/21 (3.804), sendo que o total de 'juízes' passou de 3.400 para 4.806 homens e de 303 para 685 mulheres.
Filtrando por modalidades, o futebol subiu de 3.000 para 4.386 árbitros entre 2016/17 e 2023/24, tal como o futsal passou de 926 para 1.499 e o futebol de praia de 61 para 157.
Nas respetivas vertentes femininas, o futebol cresceu de 213 para 466 em igual período, enquanto o futsal evoluiu de 107 para 251 e o futebol de praia foi de apenas um para 19.
"Este número [total global de 5.521], que representa um aumento de 41% de árbitros e de 126% de árbitras, não responde ainda a todas as necessidades do setor, mas a curva de crescimento ilustra o sucesso, por um lado, da campanha 'Vem arbitrar' [criada em 2023] e, por outro, da competência e colaboração inestimável dos 22 CA distritais e regionais, que mostraram compromisso tantas vezes e por várias formas", vincou Fontelas Gomes.
O presidente cessante do CA da FPF deu ainda conta da subida do universo de 'juízes' internacionais, que, em 2025, são 56 nas três modalidades controladas pelo organismo.
"Em oito anos, passámos de dois elementos no grupo de Elite da UEFA - um árbitro de futsal e uma árbitra de futebol - para cerca de 10. Atualmente, Portugal conta com seis árbitros nesse grupo de Elite: três no futsal e três no futebol (duas árbitras e um árbitro)", disse, vendo o país a subir no ranking da FIFA em número de vagas para internacionais nas diferentes vertentes (de 10.º para terceiro mundial e de sexto para 'vice' da Europa).
Os 'juízes' de campo lusos estiveram em grandes provas, tais como os Jogos Olímpicos Tóquio2020, disputados no ano seguinte, face à pandemia, os Campeonatos da Europa masculinos de futebol de 2020 e 2024 e o Mundial feminino de 2019 ou as finais da Liga Conferência e do Europeu de sub-19, nos homens, para além de todos os Mundiais e Europeus de futsal e de futebol de praia disputados nos mandatos de Fontelas Gomes.
Portugal foi igualmente um dos seis pioneiros na introdução do sistema de videoárbitro (VAR) no futebol masculino, ao aplicá-lo na I Liga a partir de 2017/18, e o único país da Europa onde essa tecnologia vigora em todos os jogos da principal competição feminina.
"Enfrentámos avanços tecnológicos sem precedentes, que transformaram a nossa forma de atuar. O VAR, o suporte de vídeo, as linhas automáticas de fora de jogo ou o anúncio [das decisões ao] público, são exemplos de um ajustamento da arbitragem nacional ao desporto-espectáculo e um passo dado rumo a um futebol com mais verdade", salientou.
Esse objetivo foi acompanhado por uma subida de 292% de horas de formação, de 1.705 em 2016 para 6.027 em 2024, enquanto o projeto-piloto de profissionalização das árbitras de futebol conferiu a seis mulheres as mesmas condições - técnicas, de infraestruturas e remuneratórias - dos colegas homens em dezembro de 2023, passando a oito em 2024.
Desde a implementação da homologação de cursos de nível 1, em 2019, decorreram 242 ações formativas, 130 delas a incidir no futebol, com a participação de 4.589 candidatos.
Sucessor do ex-árbitro Vítor Pereira em 2016, após ter liderado a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) por três anos, José Fontelas Gomes sairá formalmente do CA da FPF na segunda-feira, ao dar lugar a Luciano Gonçalves, de saída da APAF, e será empossado como membro diretivo do organismo federativo para o quadriénio 2024-2028.
Os dois foram eleitos em 14 de fevereiro pela lista de Pedro Proença, líder cessante da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e iminente sucessor de Fernando Gomes à frente da FPF.