A Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA) fez uso das redes sociais, na manhã desta segunda-feira, para reagir à carga policial que teve lugar no Clássico de domingo no Dragão entre FC Porto e Benfica (1-4), e que levou a disparo de balas de borracha na zona destinada à claque Colectivo Ultras 95, afeta ao FC Porto.
"Exigimos que a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) e outras entidades competentes investiguem esta atuação e que sejam apuradas responsabilidades. Não podemos aceitar que a segurança dos adeptos seja posta em risco por intervenções policiais desajustadas e abusivas", pode ler-se na longa mensagem deixada na rede social Instagram.
"O futebol deve ser um espaço de festa e convivência, e as forças de segurança têm o dever de garantir a proteção de todos os envolvidos, sem recorrer a práticas que possam colocar vidas em perigo. Já que os clubes que deviam representar os adeptos pouco fazem, nós continuaremos firmes a lutar pelos direitos dos adeptos nos recintos desportivos", termina a nota da Associação Portuguesa de Defesa do Adepto.
Confira o comunicado na íntegra:
"A Associação Portuguesa de Defesa do Adepto manifesta a sua profunda preocupação e indignação face aos acontecimentos registados no jogo entre o FC Porto e o SL Benfica, realizado no Estádio do Dragão. Durante o evento, um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) disparou munições não letais contra adeptos a uma distância extremamente curta, cerca de um metro, numa acção desproporcional e perigosa. Acabou por acertar aleatoriamente em dois cidadãos.
Esta conduta não só coloca em risco a integridade física dos adeptos como viola normas legais e regulamentares que orientam a actuação policial. O uso da força pela PSP deve obedecer aos princípios da necessidade, proporcionalidade e adequação. O Regulamento Disciplinar da PSP e os protocolos de intervenção em eventos desportivos exigem que os agentes empreguem meios não letais apenas como último recurso e em conformidade com directrizes operacionais que garantam a segurança de todos os presentes.
O disparo à queima roupa contra uma multidão contraria os padrões de actuação estabelecidos para a contenção de distúrbios, podendo configurar abuso de autoridade e uso excessivo da força. Além disso, a directiva interna da PSP proíbe expressamente o uso de armas de fogo (incluindo munições não letais) em situações de alteração da ordem pública, excepto em cenários de perigo iminente e incontrolável.
Exigimos que a Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) e outras entidades competentes investiguem esta actuação e que sejam apuradas responsabilidades. Não podemos aceitar que a segurança dos adeptos seja posta em risco por intervenções policiais desajustadas e abusivas.
O futebol deve ser um espaço de festa e convivência, e as forças de segurança têm o dever de garantir a proteção de todos os envolvidos, sem recorrer a práticas que possam colocar vidas em perigo.
Já que os clubes que deviam representar os adeptos pouco fazem, nós continuaremos firmes a lutar pelos direitos dos adeptos nos recintos desportivos."
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