Saúde mental? 23% dos lusos dizem que trabalho não garante bem-estar

As mulheres são as mais afetadas, de acordo com o estudo.

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Notícias ao Minuto
21/01/2025 07:45 ‧ ontem por Notícias ao Minuto

Economia

Trabalho

Um quarto dos portugueses sente que o seu emprego “não garante condições para estar bem mentalmente”, segundo o estudo ‘Consumer Sentiment Survey 2024’ da Boston Consulting Group (BCG).

 

Entre os inquiridos, 23% respondeu “não” ou “muito pelo contrário” à questão “Sente que o seu trabalho lhe proporciona condições para estar psicologicamente bem?", proporção que se mantém face a 2023, indicou a entidade, em comunicado.

Por seu turno, 63% dos participantes disse que o trabalho lhes proporciona “condições suficientes para se sentir bem psicologicamente”, ao passo que 14% equacionou ter “bastantes condições para o seu bem-estar mental”.

“No exercício das suas funções laborais, as mulheres são as mais afetadas, com 27% das inquiridas a afirmar que sentem que o trabalho não lhes proporciona bem-estar psicológico, face a apenas 19% dos homens, revelando uma disparidade de género neste parâmetro”, revelou o estudo.

Entre os fatores determinantes para o bem-estar psicológico, os inquiridos mostraram valorizar a relação com os colegas (33%), seguido das condições do local de trabalho (27%), da flexibilidade horária (26%) e da relação com a liderança (21%). Por outro lado, a relação com entidades externas (10%) e a diversidade e inclusão (7%) provaram ser menos relevantes.

“No geral, 60% dos portugueses revela estar psicologicamente bem ou otimamente, sendo que esta proporção sobe para 67% nos homens e decresce para 53% nas mulheres. Paralelamente, 26% dos inquiridos sente-se razoável, e, ao contrário do que se verifica no âmbito laboral, apenas 1 em cada 7 portugueses (14%) afirma sentir-se instável ou um pouco instável a nível psicológico, um valor que se manteve estagnado em relação ao ano passado, mas que tem vindo a melhorar desde 2021, tendo diminuído 6 pp.”, acrescentou.

Além disso, os inquiridos deram conta de que as áreas mais impactantes para a estabilidade psicológica são a saúde física (64%) e a relação com os familiares (61%), assim como a saúde financeira, que é determinante para quase metade da população (47%). Já o crescimento pessoal e aprendizagem (18%), o divertimento e entretenimento (14%), e a contribuição para a sociedade (7%) são as áreas encaradas como menos relevantes.

“Os hábitos saudáveis de alimentação e sono (47%), a interação social regular com amigos e familiares (47%) e a prática de passatempos e atividades de lazer (44%) e de exercício físico regular (44%) são os principais mecanismos utilizados pela população portuguesa para cuidar do seu bem-estar mental. Por outro lado, o estabelecimento de limites saudáveis no trabalho (22%), e a prática de técnicas de relaxamento (16%) são os mecanismos menos adotados pelos inquiridos, sendo que a procura por ajuda profissional (14%), tal como no ano passado, continua a ser o recurso com menor adesão”, lê-se.

“Os dados mostram que, apesar de a maioria dos portugueses se sentirem bem psicologicamente no trabalho, ainda há uma proporção considerável que considera que o seu ambiente laboral não garante as condições necessárias para promover o bem-estar mental. O sucesso das empresas passa pelo bem-estar dos seus profissionais e, neste contexto, as organizações precisam de continuar a investir em iniciativas que busquem equilibrar os objetivos empresariais com as necessidades dos colaboradores, nomeadamente aquelas que ajudem a garantir a segurança psicológica de todos”, considerou o managing director e partner da BCG em Lisboa, Manuel Luiz.

O estudo teve por base um inquérito de 38 questões a mil portugueses em todo o território de Portugal continental, conduzido entre 6 e 20 de agosto de 2024.

Leia Também: Sete em cada 10 empresas não querem semana de 4 dias. E teletrabalho?

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