BCP vai avaliar Novo Banco mas afasta possibilidade de comprar parte em bolsa

O presidente do BCP disse hoje que o banco não participará numa compra parcial de ações do Novo Banco, mas que numa eventual venda direta avaliará se a aquisição lhe trará vantagens.

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Lusa
06/02/2025 15:06 ‧ há 3 horas por Lusa

Economia

Novo Banco

À margem da conferência sobre imobiliário da Century 21, em Lisboa, questionado, pela Lusa, sobre o interesse do BCP na compra do Novo Banco, Miguel Maya disse que o BCP tem uma estratégia assente no crescimento sem aquisições. Ainda assim, reiterou que o banco também tem a obrigação de olhar para o Novo Banco como olharia para qualquer outro que fosse colocado à venda e considerar a opção da aquisição.

 

"O BCP tem uma estratégia que assenta exclusivamente no crescimento orgânico. [...] Se o preço for adequado, se criar valor para os acionistas, se fizer sentido para a economia portuguesa poderemos considerar. Mas não precisamos disso", afirmou.

Maya destacou que o BCP tem uma quota de mercado próxima de 20%, "eficiência elevada e rentabilidade adequada" que lhe permitem fazer um investimento apenas se esse "criar inequivocamente valor".

Já sobre se o BCP apenas tem interesse numa venda direta do Novo Banco ou se também poderá adquirir ações do Novo Banco na entrada deste em bolsa, Maya foi perentório em afirmar que o banco não participará numa Oferta Pública Inicial do Novo Banco (IPO - Initial Public Offering na expressão em inglês habitualmente usada).

"Não faz sentido para nenhuma instituição estar a comprar uma parte de outra. O que faz sentido, a fazer sentido, seria em lógica de consolidação para ir buscar eficiências de produtos e eficiências operativas", disse.

Contudo, o presidente executivo do BCP também considerou que é possível haver primeiramente uma dispersão de capital do Novo Banco em bolsa e "mais tarde processos de consolidação".

"Não são incompatíveis", disse Miguel Maya.

Já sobre se seria mais bem visto pelas autoridades portuguesas ter o BCP a comprar o Novo Banco do que um banco de origem espanhola (tendo em conta que é um tema político recorrente a preponderância de Espanha na banca portuguesa), Maya disse que a preocupação é o interesse do banco que lidera.

"A minha preocupação não é o que pensam as autoridades portuguesas, é o que pensam os acionistas e o que é melhor para o banco", afirmou.

Quanto ao BCP ter uma equipa dedicada ao Novo Banco, Maya disse que o BCP tem equipas que permanentemente fazem "o seguimento de todos os bancos em Portugal", incluindo do Novo Banco.

O Novo Banco foi criado em 2014 para ficar com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES), na resolução deste.

Em 2017, 75% do banco foi vendido ao fundo de investimento norte-americano. O Estado detém direta e indiretamente 25% do capital do Novo Banco (o Fundo de Resolução detém 13,54% e o Estado detém 11,46% através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças).

De acordo com as informações públicas, o objetivo da Lone Star é para já vender parte do capital do Novo Banco (25% a 30% do capital), estando a preparar uma dispersão em bolsa (através de uma OPV ou IPO - Initial Public Offering na expressão em inglês habitualmente usada).

Contudo, fontes do setor financeiro afirmam que ainda não foi descartada a venda direta da totalidade do Novo Banco. Neste caso, se o comprador fosse um banco já presente em Portugal levaria a uma fusão.

A semana passada, o Jornal de Negócios noticiou que a Lone Star está a avaliar o Novo Banco em 5.000 milhões de euros. Em junho de 2024, o Fundo de Resolução comprou ao Estado mais 4,14% do Novo Banco por 128 milhões de euros (passando a deter 13,54%), pelo que avaliou então o banco em mais de 3.000 milhões de euros.

Leia Também: Bolsa de Lisboa abre a subir 0,29%

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