"Chegou o tempo de clarificação sobre as reais intenções do Grupo Amorim na Galp Energia, que, desde a sua entrada, é responsável por uma gestão desastrosa", disse a CCT.
A entidade deixou várias críticas à gestão, apontando "uma destruição deliberada de emprego com direitos e um esvaziamento da empresa sem qualquer remorso".
"O teatro continuou quando a presidente do Conselho de Administração anunciou a abertura de um concurso internacional para contratar um novo CEO [presidente executivo] que lhe faça a vontade, poderia ter antes aberto um concurso interno e de certeza que receberia currículos com valor e capacidade para desempenhar a função", referiu.
"Porém, isso aconteceu com um dos seus indefetíveis (Filipe Silva) na última vez e o resultado não foi diferente", rematou, aludindo à saída deste gestor, que ocupava o cargo de CEO.
"Há então razões para desconfiar que Paula Amorim não queira contratar um novo CEO, mas apenas ganhar tempo para encontrar um comprador para a sua parte", referiu.
A CCT censurou depois o "amadorismo e/ou desprezo com que a presidente do Conselho de Administração conduz a empresa/grupo que permite o vazio de liderança, que não aponta a necessária afinação estratégica".
"Ao Governo, a CCT apela à intervenção no sentido da salvaguarda da soberania energética que está em causa neste momento", rematou.
Maria João Carioca e João Diogo Silva assumiram interinamente a liderança da petrolífera após a renúncia de Filipe Silva.
A demissão do gestor decorreu depois de o Eco ter noticiado que Filipe Silva estava a ser investigado pela comissão de ética da Galp por eventual conflito de interesse, após uma denúncia anónima sobre uma relação pessoal com uma diretora de topo.
Filipe Silva tinha sido nomeado presidente executivo da Galp em janeiro de 2023, substituindo Andy Brown, e o atual mandato terminaria no final de 2026. Antes, tinha sido responsável pelo pelouro financeiro da petrolífera durante mais de 10 anos.
Leia Também: Margem de refinação da Galp cai 15% no 4.º trimestre de 2024