Isto depois do Ta Kung Pao, uma publicação de Hong Kong, controlada pelo Gabinete de Ligação do Governo Central de Pequim naquela região administrativa especial, ter publicado um comentário que classificou o negócio como não sendo uma "prática comercial normal".
O jornal argumentou que o negócio conhecido no início do mês entre o CKH e os norte-americanos da BlackRock "é um ato hegemónico dos Estados Unidos, que utilizam o seu poder nacional para usurpar os direitos e interesses legítimos de outros países".
Segundo o acordo, anunciado em 04 de março e avaliado em 22,8 mil milhões de dólares (21,03 mil milhões de euros), a CKH vende a um consórcio que inclui a BlackRock e a Terminal Investment Limited uma participação de 80% num conjunto de subsidiárias portuárias, que gerem 43 portos em 23 países, como Reino Unido, Alemanha, México e Austrália, no sudeste asiático e Médio Oriente, incluindo os portos em ambas as extremidades do Canal do Panamá, em Balboa e Cristobal.
O texto terminou com uma ameaça velada ao CKH, fundado pelo bilionário, Li Ka-shing, 96 anos, o homem mais rico de Hong Kong.
Concluído sob os auspícios dos Estados Unidos em 1914, o Canal do Panamá, rota marítima fundamental que atravessa a América Central, tornou-se um dos alvos do Presidente norte-americano, Donald Trump, assim que regressou à Casa Branca em 20 de janeiro.
Por diversas vezes, Trump acusou a China de dominar as operações no canal e prometendo "tomá-lo de volta".
"Depois de o Canal do Panamá ser 'americanizado' e 'politizado', os Estados Unidos utilizá-lo-ão definitivamente para fins políticos e implementarão a sua própria agenda política, e o comércio marítimo da China estará definitivamente sujeito aos Estados Unidos", escreveu o Ta Kung Pao.
"Uma vez que os EUA implementem meios como a restrição seletiva do fluxo e a 'sobretaxa política', o custo logístico e a estabilidade da cadeia de abastecimento das empresas chinesas enfrentarão grandes riscos", acrescentou.
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