Primeira década da Agenda 2063 passa sem qualquer mobilização de recursos

Uma dirigente da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) disse hoje que "não houve mobilização de recursos" para a primeira década, que agora terminou, de implementação da Agenda 2063, o plano de ação para desenvolver África.

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Lusa
15/03/2025 09:41 ‧ há 4 horas por Lusa

Economia

UNECA

Na resposta a uma pergunta de Moçambique sobre a mobilização de recursos para a segunda década do plano de ação, que vai até 2034, a diretora do departamento de Coerência dos Sistemas e Garantia de Qualidade da UNECA afirmou que "a orçamentação do plano de implementação dos primeiros dez anos não foi concretizada".

 

"A validação do plano foi um dos grandes desafios; como não foi orçamentado, não houve mobilização de recursos", admitiu.

Na parte das perguntas e respostas durante a conferência dos ministros das Finanças africanos, que decorre até terça-feira em Adis Abeba, Josephine Marealle Ulimwengu acrescentou que nesta segunda década de implementação já há um plano de ação com o respetivo envelope orçamental, ainda que parcial.

"As necessidades de financiamento para os segundos dez anos da implementação da Agenda 2063 são de 8,9 biliões de dólares [8,1 biliões de euros], havendo um défice de 3,3 biliões de dólares [3 biliões de euros]", disse Ulimwengu.

A mesma responsável adiantou que "a Comissão da União Africana, a UNECA e os parceiros estão a lançar um fundo de desenvolvimento que será usado como recurso estratégico para mobilizar recursos para o financiamento que falta".

O estudo de viabilidade e a estratégia de desenvolvimento do fundo serão apresentados durante a cimeira intercalar de coordenação, que deverá acontecer ainda este ano.

A Agenda 2063 foi aprovada em 2013, com o título 'A África que queremos', e é apresentada como "o projeto e o plano diretor para transformar África na potência mundial do futuro", segundo a União Africana (UA).

Esta Agenda 2063, que transpõe os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) para a especificada africana, "é o quadro estratégico do continente que visa concretizar o seu objetivo de desenvolvimento inclusivo e sustentável e é uma manifestação concreta do impulso pan-africano para a unidade, a autodeterminação e a liberdade", ainda segundo o site da UA.

A conferência dos ministros africanos das Finanças deste ano é dedicada ao acordo sobre a zona africana de comércio livre continental (AfCFTA, na sigla em inglês).

Lançado em 2018 e aprovado um ano depois, o acordo de livre comércio em África entrou em vigor no princípio de 2021, abrange um mercado com mais de 1.300 milhões de consumidores, e tem potencial de aumentar o crescimento do comércio em, pelo menos, 53% e duplicar o comércio intra-africano, retirando 30 milhões de africanos da pobreza extrema e aumentando os rendimentos de quase 68 milhões de outros.

As exportações intra-africanas representam cerca de 16% do comércio externo dos países africanos, em comparação com 55% na Ásia, 49% na América do Norte e 63% na União Europeia.

Leia Também: Braço privado do Banco Mundial perspetiva expansão nos países lusófonos

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