"A balança comercial de Moçambique com outros países de África registou, nos últimos cinco anos, um crescimento em 66% com valor total de exportações de 7.1 mil milhões de dólares norte-americanos [6,2 mil milhões de euros]", disse hoje a primeira-ministra de Moçambique, Maria Benvinda Levi, na cidade da Beira, província de Sofala, centro do país, onde lançou o acordo da zona de comércio livre continental africana.
Na sua intervenção, a governante defendeu a exploração do mercado continental por todos os países, referindo que constitui uma oportunidade estratégica para internacionalização e especialização produtiva da economia e do sector privado nacional.
As autoridades moçambicanas anunciaram na Beira que o país passa a realizar trocas comerciais com 47 países africanos, no âmbito do acordo de zona de comércio livre continental africana.
"Ao abrigo do acordo de zona de comércio livre continental africana e submeteu, no ano transacto, a sua oferta tarifária que foi aprovada no passado mês de fevereiro, pelos Chefes de Estado e Governo da União Africana, criando condições para que o nosso país passe a realizar trocas comerciais com cerca de 47 países africanos, que são parte desta iniciativa", disse Maria Benvinda Levi.
Para a governante, a materialização da iniciativa eleva a competitividade de África no domínio do comércio, colocando-o como referência no mercado da economia global, ao propiciar a promoção e dinamização das vantagens comparativas e competitivas das cadeias de valor dos países africanos.
Segundo a governante, o acordo assinado assegura a livre circulação de pessoas e bens, a promoção de negócios e investimentos, assim como contribui para a dinamização da industrialização dos nossos países africanos, através da adição de valor aos abundantes recursos naturais e matérias-primas de que dispomos.
"Para alavancarmos a industrialização no nosso continente é importante assegurar a contínua inovação, melhoria do ambiente de negócios, modernização tecnológica e desenvolvimento de infraestruturas de suporte, assim como a competitividade industrial e comercial dos nossos países", frisou.
Como ganhos, elencou o equilíbrio nas balanças comerciais, o aumento das trocas comerciais intra-africanas, assim como a criação de oportunidade de emprego e a geração de renda dentro dos países africanos.
"A operacionalização da zona de comércio livre continental africana constitui uma oportunidade ímpar para a edificação e consolidação de um dos maiores mercados do mundo, assim como para a internacionalização estratégica do potencial produtivo dos países africanos", disse Levi.
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