Governo moçambicano adia reajuste salarial para segundo semestre

O Governo de Moçambique adiou para o segundo semestre deste ano as negociações do reajuste salarial, face à instabilidade económica do país, anunciou fonte oficial.

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Lusa
02/05/2025 21:15 ‧ ontem por Lusa

Economia

Moçambique

"O início do processo [de negociações] foi adiado para o segundo semestre, dependendo da avaliação da situação económica", disse a ministra do Trabalho, Género e Ação Social de Moçambique, Ivete Alane, citada hoje pela comunicação social local.

 

Em Moçambique, as negociações para o reajuste salarial, especialmente no setor público, geralmente ocorrem no início de cada ano, entre janeiro e abril.

Sem avançar as possíveis datas, a ministra afirmou que as negociações salariais só vão acontecer após avaliações à economia nacional e a implementação das medidas para a sua melhoria.

"A situação económica ainda não está tão clara quanto a sua melhoria", disse ainda a representante.

A decisão surge num momento em que o país ainda debate-se com uma crise económica decorrente dos recentes e devastadores protestos pós-eleitorais que levaram a vandalização de mais de 500 empresas, onde pelo menos 12 mil pessoas ficaram sem emprego, segundo dados avançados anteriormente à Lusa pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).

Por outro lado, a CTA, que congrega o setor privado, apelou a 09 de abril o adiamento das negociações do reajuste salarial para agosto no país.

"Há que termos em consideração hoje que um reajuste salarial teria um impacto imediato, um aumento médio de 4% nos custos das empresas, especialmente nos setores de mão-de-obra intensiva. Face a esta conjuntura, como confederação, queremos propor o adiamento da negociação do reajuste do salário mínimo para agosto de 2025", disse o presidente do CTA, Agostinho Vuma, na abertura da primeira sessão plenária da Comissão Consultiva do Trabalho daquela organização, em Maputo.

A CTA avançou numa nota que o apelo é em resposta à instabilidade no setor empresarial do país, causada pela crise pós-eleitoral.

Moçambique viveu a pior contestação que o país conheceu desde as primeiras eleições multipartidárias (1994), liderada pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro de 2024, que deram vitória a Daniel Chapo.

Quase 400 pessoas perderam a vida em resultado de confrontos entre a polícia e os manifestantes, segundo dados de organizações da sociedade civil, degenerando, igualmente, em saques e destruição de empresas e infraestruturas públicas.

Contudo, em 23 de março, Mondlane e Daniel Chapo, Presidente já empossado, encontraram-se pela primeira vez e foi assumido o compromisso de acabar com a violência pós-eleitoral no país, embora, atualmente, críticas e acusações mútuas continuem nas declarações públicas dos dois políticos.

Leia Também: Onda de ataques em Moçambique provocou 24.000 deslocados desde Janeiro

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