Perguntas e respostas sobre o quadro clínico complexo do Papa Francisco

A agenda do líder da Igreja Católica foi cancelada até domingo. O Vaticano reconhece que o pontífice, de 88 anos, apresenta um "quadro clínico complexo".

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© Vatican Media via Vatican Pool/Getty Images

Lusa
19/02/2025 15:47 ‧ há 2 dias por Lusa

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Saúde

O Papa Francisco está hospitalizado com uma pneumonia e os médicos mantêm-no protegido da "mais pequena corrente de ar", afirmou esta terça-feira, 19 de fevereiro, o Vaticano, que reconhece um "quadro clínico complexo" para o líder da Igreja Católica.

 

Eis o que, segundo a agência noticiosa Associated Press (AP), pode significar um diagnóstico de pneumonia e o que os médicos irão procurar nos próximos dias.

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O que aconteceu?

O Papa Francisco foi internado sexta-feira no hospital Gemilli de Roma em estado "razoável", depois de a sua bronquite se ter agravado.  Na segunda-feira, os médicos afirmaram que o Papa tinha desenvolvido uma infeção polimicrobiana do trato respiratório, ou seja, uma mistura de vírus, bactérias e possivelmente outros organismos. Nesta terça-feira, o Vaticano informou que uma radiografia ao tórax revelou pneumonia em ambos os pulmões, exigindo medicação adicional.

A bronquite ocorre quando as vias respiratórias do pulmão, conhecidas como tubos bronquiais, ficam inflamadas, provocando tosse e produção de muco.  Por vezes, essa infeção pode propagar-se aos pulmões, resultando em pneumonia, uma inflamação dos pulmões.

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Qual a gravidade da situação?

Os médicos dizem que a pneumonia em qualquer pessoa pode ser grave, mas que, para alguém da idade do Papa, é potencialmente fatal. "Um dos fatores de risco para uma infeção mais grave é a idade avançada, ou seja, qualquer pessoa com mais de 65 anos", disse Meredith McCormack, diretora de Medicina Pulmonar e de Cuidados Intensivos da Universidade Johns Hopkins.

Apesar de o Papa ter perdido parte do pulmão direito há décadas, McCormack disse que isso não deve necessariamente comprometer a sua recuperação, acrescentando que estaria mais preocupada com quaisquer possíveis sinais de fraqueza por aos 88 anos "ser uma pessoa idosa mais frágil".

Parece, no entanto, que o Papa não está acamado. Segundo a AP, tem tomado o pequeno-almoço, consegue levantar-se da cama e o seu coração funciona bem, segundo um funcionário do Vaticano. 

Todos estes são "sinais fabulosos", disse Andrew Chadwick, especialista em cuidados respiratórios e intensivos dos Hospitais da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha. "Cada dia que ele sai da cama é um sinal muito bom de que o resultado será mais positivo".

Que tipo de tratamentos estão disponíveis?

Além da terapia com medicamentos antibióticos, existem vários tratamentos disponíveis, incluindo o recurso a oxigénio suplementar e terapias para apoiar os pulmões e o corpo enquanto este tenta recuperar. Os esteroides e os antibióticos são provavelmente os elementos centrais dos cuidados do Papa, juntamente com os cuidados de enfermagem e a fisioterapia torácica. A fisioterapia pode ajudar os doentes a limpar os fluidos que se acumulam nos pulmões, especialmente se não tiverem muita mobilidade.

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McCormack afirmou que os casos graves de pneumonia são normalmente tratados durante cerca de uma a duas semanas, mas que a recuperação numa pessoa idosa pode prolongar-se para além desse período.

O que os médicos vão procurar nos próximos dias? 

Acima de tudo, refere a AP, esperam que o estado do Papa não se deteriore ainda mais. Mas, para Chadwick, os próximos dias serão críticos. "O que esperamos [ver] é uma espécie de melhoria substancial nas primeiras 72 horas", disse, acrescentando que a próxima fase de recuperação depois disso pode ser um pouco mais lenta em pessoas mais velhas.

Maor Sauler, especialista em Cuidados Pulmonares e Críticos em Adultos da Universidade de Yale, sublinhou que os antibióticos precisam que os pulmões estejam a funcionar para recuperar de infeções como a pneumonia, mas a capacidade de recuperação desses órgãos diminui com a idade. "Quando alguém tem pneumonia, há uma boa hipótese de a podermos tratar", afirmou. "No entanto, é também uma das principais causas de morte. Por isso, também há situações em que, apesar dos nossos melhores esforços, não conseguimos eliminar a infeção".

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