No Canadá, a maioria das autoridades eleitas tem de prestar juramento de lealdade à monarquia britânica antes de assumir o cargo.
Este é também o caso de todos os novos canadianos ao prestarem juramento de cidadania.
Mas nesta pequena cidade do Yukon (oeste), a poucos quilómetros do Alasca, o novo presidente da Câmara e quatro vereadores recusaram-se a prestar juramento por causa "da história das relações entre os nativos e a Coroa", explicou na quarta-feira à agência France-Presse (AFP) David Henderson, funcionário administrativo da cidade.
Os povos indígenas representam atualmente cerca de 5% da população canadiana e muitos veem a monarquia britânica com grande hostilidade, devido aos abusos cometidos durante a era colonial.
Henderson explicou que, quando surgiram questões semelhantes em Ontário, o governo provincial propôs "um juramento alternativo".
"O nosso conselho solicitou que algo semelhante fosse considerado neste caso devido à nossa estreita relação com as Primeiras Nações locais", frisou.
Dawson não é o único local no Canadá onde se debate a relevância de prestar juramento à monarquia britânica.
Em dezembro de 2022, a assembleia do Quebeque acabou por adotar um projeto de lei que tornava facultativo o juramento de fidelidade, após várias semanas de controvérsia.
Como chefe de Estado, o monarca tem menos autoridade no Canadá do que no Reino Unido. Os seus poderes são puramente honorários e é representado no país por um governador-geral, nomeado pelo primeiro-ministro canadiano.
Mary Simon, uma inuit do norte do Quebeque, ocupa atualmente este cargo. É a primeira governadora-geral indígena do Canadá.
De acordo com uma sondagem realizada antes da coroação de Carlos, uma pequena maioria de canadianos - uma percentagem que chega aos 71% no Quebeque - gostaria de acabar com a realeza.
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