O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu hoje mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif.
"A ordem do TPI destrói a perceção de que certos indivíduos estão acima da lei (e) isto é ainda mais importante dadas as tentativas flagrantes de obstruir o curso da justiça no tribunal", comentou o diretor do departamento de justiça internacional da HRW, Balkees Jarrah.
Ainda assim, Jarrah sublinha que a eficácia da ordem é relativa.
"Depende da vontade dos governos em apoiar a justiça, independentemente do local onde os abusos foram cometidos ou por quem", comentou o dirigente da HRW, acrescentando que estes mandados de captura "deveriam servir para pressionar a comunidade internacional a enfrentar as atrocidades e garantir justiça para todas as vítimas, na Palestina e em Israel".
Os mandados judiciais foram classificados como "secretos", de forma a proteger as testemunhas e garantir que as investigações possam ser conduzidas, de acordo com o comunicado, que ressalva que o tribunal "considera que é do interesse das vítimas e dos seus familiares que sejam informados da existência dos mandados".
O procurador do TPI Karim Khan pediu em maio ao tribunal que emitisse mandados de captura para Netanyahu e Gallant (que foi demitido no início de novembro pelo primeiro-ministro israelita), alegando crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.
Khan solicitou ainda mandados de detenção para altos dirigentes do Hamas, incluindo Mohammed Deif, por suspeita de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
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