ONU retira pessoal não essencial do Haiti face à escalada da violência

As Nações Unidas começaram a retirar o seu pessoal não essencial do Haiti, face à escalada de violência perpetrada pelos grupos armados, que controlam mais de 80% da capital do país, foi hoje divulgado.

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Lusa
27/11/2024 19:15 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Haiti

A coordenadora humanitária da ONU no Haiti, Ulrika Richardson, disse que os primeiros aviões já deixaram o país rumo ao Panamá.

 

Entre as pessoas retiradas estão cerca de 20 conselheiros de segurança e dois altos funcionários da ONU, entre outros.

Apesar do aumento significativo da violência, que já causou uma deslocação maciça da população da capital do país caribenho, Port-au-Prince, as organizações da ONU têm insistido em permanecer no território.

"As nossas operações continuaram desde o início da escalada", disse Richardson, salientando que tinha conseguido entregar milhares de alimentos e assistência médica à população local, apesar dos perigos crescentes.

A medida hoje divulgada vai ao encontro do anúncio feito na semana passada pela ONU, que indicou que iria reduzir temporariamente a sua presença em Port-au-Prince devido à deterioração da situação de segurança, após pelo menos 150 pessoas terem sido mortas em apenas uma semana.

Os gangues continuam a atacar regularmente os civis, apesar do destacamento de uma força internacional liderada pelo Quénia.

A mais recente vaga de violência, que teve início a 11 de novembro, aumentou o número total de vítimas deste ano para 4.544 mortos e 2.060 feridos, dados que as organizações que operam no terreno admitem que possam ser mais elevados.

A ONU afirma que cerca de 700.000 pessoas estão atualmente deslocadas no país, metade das quais são crianças.

O Haiti está sem chefe de Estado desde que um grupo de homens armados invadiu a residência oficial presidencial e assassinou o Presidente Jovenel Moise no início de julho de 2021.

Posteriormente, e apesar de críticas e vários anos de instabilidade, o político e neurocirurgião haitiano Ariel Henry assumiu interinamente o cargo de primeiro-ministro.

Os grupos armados, acusados de numerosos assassínios, violações, pilhagens e raptos com pedido de resgate, decidiram, no início do ano, unir forças para derrubar Ariel Henry, forçando a sua demissão em março deste ano.

Desde então, foi instituído um Conselho Presidencial de Transição para levar a cabo a tarefa de pacificação e criar um Conselho Eleitoral Provisório para organizar as primeiras eleições numa década.

No passado dia 11 de novembro, foi empossado um novo primeiro-ministro, Alix Didier Fils-Aimé, que prometeu "restabelecer a segurança" no país, na sequência da destituição do seu antecessor, Garry Conille, pelo Conselho Presidencial de Transição, que dirige o executivo no país.

Leia Também: Mais de 40 mil deslocados na capital do Haiti em dez dias

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