De acordo com as mesmas fontes, que pediram anonimato devido à sensibilidade do assunto, a delegação é chefiada por funcionários do Serviço Geral de Inteligência do Egito, que discutiram várias propostas relacionadas com a administração de Gaza, uma vez terminada a guerra.
A resolução "abriria caminho" para um acordo de troca de prisioneiros palestinianos nas prisões israelitas por reféns detidos pelo Hamas em Gaza.
Segundo as fontes, o Egito apresentou uma "iniciativa de acordo" entre a Fatah, que chefia a Autoridade Palestiniana (AP), e o Hamas, no poder em Gaza, para a formação de um comité civil independente para administrar a Faixa de Gaza após a guerra, reiterado na semana passada pelo chefe interino do movimento islamita em Gaza, Jalil al-Hajjah.
No entanto, as fações palestinianas ainda não chegaram a acordo sobre quem será responsável pela segurança no enclave, o principal ponto de discórdia.
Em Gaza, as disputas entre a Fatah e o Hamas terminaram com a expulsão da Autoridade Palestiniana e a tomada do poder pelos islamitas em 2007.
O desfecho aprofundou a fragmentação não só da sociedade palestiniana, mas também do seu território.
Se for implementado, o comité marcará uma grande aproximação entre a Fatah e o Hamas, bem como o regresso dos islamitas à gestão de Gaza numa posição governamental, cenário que Israel não permitirá caso as negociações de tréguas avancem.
As fontes afirmaram ainda que o Egito está a tentar "persuadir o Governo israelita" a reduzir as suas condições para acabar com a guerra em Gaza, dado que Telavive tem pressionado a criação de "zonas seguras ou zonas tampão" no enclave palestiniano após a implementação de um cessar-fogo.
O Hamas e as restantes fações palestinianas rejeitam categoricamente esta medida e exigem a retirada total do exército israelita da Faixa de Gaza e um cessar-fogo permanente como condição para a libertação dos cerca de 100 reféns que ainda se encontram em Gaza desde o ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023.
Os negociadores egípcios têm estado em contacto com funcionários da futura administração norte-americana do Presidente eleito, Donald Trump, para conhecer as "linhas gerais" e as "perceções do Presidente eleito dos Estados Unidos para parar a guerra" no enclave palestiniano devastado.
A visita da delegação egípcia acontece no mesmo dia em que entrou em vigor um cessar-fogo no Líbano entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, um acordo que o Egito e outros países árabes pedem que seja o "prelúdio" de um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Israel tem levado a cabo uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou a morte de 44.300 pessoas, como retaliação ao ataque sem precedentes perpetrado a 07 de outubro de 2023 pelo Hamas no sul de Israel, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo as autoridades israelitas.
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