Numa declaração na rede social X, Yitzhak Goldknopf evocou também, para tal, a necessidade de se dar uma resposta aos mandados de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra para o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e para o antigo ministro da Defesa Yoav Galllant.
"Os colonatos judeus aqui são a resposta ao terrível massacre [pelo Hamas] e a resposta ao TPI de Haia que, em vez de lidar com os 101 sequestrados [pelo grupo islâmico], optou por emitir mandados contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e contra o (antigo) ministro da Defesa Yoav Gallant", argumentou.
Goldknopf, presidente do partido Judaísmo da Torá Unida (que representa os ultra-ortodoxos Ashkenazi), publicou as declarações na rede social X após uma visita à zona fronteiriça de Gaza.
A "visita" foi organizada pela supremacista judaica e chefe do movimento de colonos Nachala, Daniella Weiss, que acompanhou o ministro ultraortodoxo e lhe mostrou num mapa os possíveis locais de implantação em Gaza.
"As sementes do colonato estão prontas!", escreveu o movimento Nachala também na rede X. "Sem colonatos, não há segurança. A nossa Gaza, para sempre", acrescentou.
Na sequência destas declarações, a organização não-governamental israelita Peace Now, que controla o desenvolvimento e o estabelecimento de colonatos na Cisjordânia ocupada, acusou Goldknopf de favorecer as aspirações de "um pequeno grupo de extremistas messiânicos", em vez de se concentrar nas centenas de milhares de pessoas deslocadas nas comunidades periféricas de Gaza.
"O governo que nos trouxe a maior catástrofe da nossa história e que está a sacrificar 101 irmãos e irmãs no altar dos colonatos em Gaza é um governo criminoso que tem de ser derrubado", afirmou a Peace Now num comunicado, referindo-se à mais de uma centena de reféns ainda detidos pelo Hamas na ausência de tréguas.
"É tempo de deixar claro a este governo falhado: não morreremos pelos colonatos! Exigimos o fim desta guerra de destruição e o regresso dos nossos reféns. Nada de colonatos e nada de anexações", acrescentou.
Também hoje, o líder da oposição e da força política Unidade Nacional, Benny Gantz, defendeu ser urgente um plano para libertar os reféns e opôs-se à reinstalação de colonos israelitas no enclave palestiniano.
"Temos de tirar as pessoas raptadas de Gaza e não deixar entrar os colonos. [...] Temos de nos cingir a isso e não nos deixarmos arrastar para mais nada. Se tivermos de atrasar os combates para atingir o objetivo, é isso que temos de fazer", afirmou Gantz, numa entrevista à rádio 102FM.
Uma delegação egípcia deslocou-se na quarta-feira a Telavive para discutir com responsáveis israelitas novas negociações para uma possível trégua na Faixa de Gaza, um dia depois da entrada em vigor de um cessar-fogo entre Israel e o grupo xiita Hezbollah no Líbano.
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